De Mos a Pontevedra com a Ria de Vigo à vista
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Parte 1...

A cada dia que passa o Caminho torna-se mais intenso, alternando com património religioso e paisagens naturais típicas da Galiza. À medida que nos vamos aproximando de Compostela, os ícones da rota jacobeia vão ganhando cada vez mais expressão.

Tienda Bo Camiño

Fotografia de Artur Filipe dos Santos | Tienda Bo Camiño.

Esta é uma daquelas etapas que cheira a Caminho em todos os poros, repleta de um património que nos fará viajar pela história e a cultura galega, ode teremos como companheiros de jornada espigueiros e cruzeiros, igrejas e capelas, sem esquecer a icónica ponte de Pontesampaio e a única capela do mundo em forma de vieira, a da Virgen Peregrina, já em Pontevedra. Ao final da tarde do dia anterior, antes de alcançarmos o albergue de Santa Baia de Mos, somos logo bem acolhidos pelos amigos da loja de recuerdos “Bo Camiño”, onde encontramos uma interminável miríade de artefactos ligados à rota, desde botas, bordões, lenços e todo o tipo de marroquinarias jacobeias. Em conversa, Esther, a responsável da loja, diz-nos que cada vez mais peregrinos visitam a clínica de podologia que se encontra mesmo ao lado da tienda, confessando haver cada mais caminhantes impreparados, vítimas do maior transtorno provocado por horas e horas, dias e dias de caminhada: as bolhas nos pés. Esther confessa que, ao longo do tempo, tem deixado conselhos aos peregrinos que visitam a loja, sobretudo aqueles que iniciam a peregrinação de Valença ou Tui e que, ao chegar a Mos, começam a sentir as maleitas de uma aventura mal preparada: caminhar dez quilómetros de cada vez, parar e descalçar, tirar inclusivamente as meias para colocar os pés ao ar; usar vaselina e, nunca, jamais, em tempo algum, utilizar penso anti-bolhas (na opinião da simpática e voluntariosa gerente).

Pazo de Mos

Fotografia de Artur Filipe dos Santos | Pazo de Mos.

Depois de encher o “bandulho” com conversa e uma sandes a acompanhar, é tempo de recolher ao albergue que fica a poucos metros do Pazo dos Marqueses de Mos, descendentes de uma das mais importantes famílias nobres galegas, os Soutomaior. Apesar do seu aspeto setecentista, as origens do Pazo remontam ao séc. VII, tendo sido reconstruído no séc. XVI e ampliado no séc. XVIII. Como muitos edifícios senhoriais galegos, também o Pazo de Mos foi fustigado pelas tropas napoleónica no ano de 1809, tendo sofrido, inclusive, um incêndio que destruiu parte do edifício. Agora é a sede da fundação Pazo de Mos, que se dedica à promoção da cultura.

Mas esta pequena vila da província de Pontevedra tem mais para descobrir (se houver tempo para isso). Povoado de origens castrejas e influências romanas, é possível descobrir (mesmo estando em terrenos privados) a cividade de Terroso, ou já de volta ao caminho, o marco miliário de Vilar de Infesta.

Antes de abandonar Mos, vale a pena entrar na bonita igreja de Santa Eulália (ou de Santa Baia), cuja padroeira se encontra num simples, mas belo retábulo-mor e, se passar por esta localidade em junho, dia 13, não deixe de participar na bonita “Festa da Rosa”, tradição que recua ao ano de 1973, com o objetivo de homenagear a marquesa Rosa dos Quirós, realizando-se, todos os anos, o cada vez mais famoso concurso de criação de ramos de rosas, ponto alto das festas deste concelho pontevedrês.

Milladoiros (moledros), cruzeiros e marcos a recordar que já só faltam 96 Km e 400 metros até à meta desejada, vamo-nos acercando de Redondela, sem, contudo, deixar de parar na moderna, mas simbólica capela de Santiaguiño de Antas (a poucos passos do já citado marco miliário de Vila de Infesta).

Uma escultura pétrea, para os peregrinos apaixonados por selfies, indica-nos que o Caminho já chegou a Redondela e um pequeno marco junto ao chão mostra-nos um mapa de que resta do Caminho Português até Santiago.


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