Jogos Olímpicos: Um ano de Atraso e em Estado de Emergência

Jogos Olímpicos: Um ano de Atraso e em Estado de Emergência

A variante Delta não permite público

A maior e mais antiga competição desportiva do mundo está prestes a começar, os Jogos Olímpicos de Tóquio abrem as portas já no próximo dia 23 de julho e, durante os 17 dias seguintes, 12.750 atletas de 46 modalidades, provenientes de 206 Países vão disputar as tão ambicionadas medalhas.

Estas olimpíadas têm tudo para ser únicas e, sem ainda sequer terem começado, já é garantido que vão ficar na história. Apesar dos Jogos Olímpicos já terem sido cancelados três vezes no passado por motivos de guerra (1916, 1940, 1944), nunca em tempos de paz tinha acontecido um adiamento, o que constitui uma decisão inédita do Comité Olímpico Internacional.

Se em 2020 e 2021 se vivem tempos de paz, é uma questão discutível, são muitas as pessoas (eu inclusive) que acreditam que estamos a viver a 3º Guerra Mundial, o gigante planeta terra contra o minúsculo e perigoso SARS-CoV-2. O álcool gel ao contrário do petróleo tem sido o fuel, os mísseis são as vacinas, que até estão a ser “servidas” pelos militares. Entre avanços e recuos, não é fácil perceber quem está a ganhar a batalha.

Os Jogos Olímpicos de Tóquio também destacam-se em termos financeiros, sendo já considerada a edição mais cara de sempre atingindo a astronómica quantia de 15,4 biliões de dólares, o adiamento de 2020 para 2021 parece ter duplicado o gasto.

Tóquio Jogos Olímpicos 2020 - 2021

A defesa do ambiente está no ADN destas olimpíadas, cujo lema é “pelas pessoas e pelo planeta”.

O Japão (o 2º maior produtor mundial de plástico per capita) pretende promover a reciclagem e a sustentabilidade como o caminho do futuro, tendo usado materiais recicláveis na elaboração dos pódios, das medalhas e até mesmo das camas em que os atletas vão repousar. A Toyota irá fornecer um total de cerca de 3.700 veículos, sendo que 90% da frota será eletrificada. As autoridades Japonesas em parceria com a marca tem como objetivo, atingir o nível mais baixo de emissões de qualquer frota de veículos oficiais alguma vez utilizada em Jogos Olímpicos e Paralímpicos, bem como, reduzir o impacto sobre o meio ambiente.

Com base num evento teste realizado no passado mês de maio, o comité organizador e a autoridade de saúde Nipónicas estimam que no pior cenário um atleta e dez outros participantes sejam hospitalizados por dia, e que 57 pessoas tenham de ficar em quarentena devido ao Covid-19. Este estudo não contemplou a vacinação, logo tudo leva a crer que este cenário dramático não se venha a verificar.

Enquanto Portugal está entre os países que administram o maior número de vacinas por dia, o processo de vacinação no Japão está a evoluir de forma lenta, neste momento apenas cerca de 25% da população já foi vacinada com pelo menos uma dose, mas, os atletas e as comitivas dos diversos países visitantes estão a ser vacinados em massa, o que impedirá que as previsões mais pessimistas se tornem realidade.

No último mês, tanto o número diário como a média semanal de novos casos Covid-19 positivo triplicou no Japão, indiciando que os Jogos vão decorrer em simultâneo com uma nova vaga da pandemia.

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, já declarou o estado de emergência em Tóquio. A decisão, tomada numa tentativa de controlar a nova onda de infeções por Covid-19, vai impedir que o público possa acompanhar ao vivo o evento. Com a ausência de público, os jogos mais caros de sempre estimam perdas de receita milionárias.

A Passagem da chama Olímpica nas ruas de Tóquio foi cancelada devido à pandemia, tendo sido substituída por pequenas cerimónias sem presença de público.

Segundo as projeções de especialistas do Governo japonês, os novos casos diários em Tóquio poderiam aumentar para mil já no mês julho e dois mil em agosto, colocando em risco a capacidade hospitalar na capital, entretanto os números de casos diários previstos já começaram a subir. Tóquio registou 1.149 novas infeções por Covid-19 na quarta-feira, 14 de julho, ultrapassando pela primeira vez desde o início de maio a barreira simbólica dos mil casos.

Oxalá que aquando dos próximos Jogos Olímpicos, Paris 2024, a “guerra” já tenha terminado e que a pandemia apenas esteja presente nos livros de história…

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Extra | Os Jogos Olímpicos vão ter 339 eventos divididos em 33 desportos, encontre aqui a programação completa da competição.