
O que é a Felicidade Genuína?
Aristóteles dizia que a felicidade é o “objetivo dos objetivos”.
A pergunta é: que tipo de felicidade estamos a buscar?
A ciência moderna, com o advento da Psicologia Positiva, tem compreendido cada vez mais sobre o que é e como cultivar um bem-estar genuíno. Os cientistas utilizam métodos que proporcionam uma mente serena e feliz.
O uso da meditação é um destes métodos.
Existem dois tipos de felicidade.
A felicidade condicionada ou hedónica, que surge quando obtemos algo, algum conforto, ganho ou algum tipo de prazer.
O outro tipo é a felicidade genuína, que não é condicionada e essencialmente flui das nossas mentes, do que oferecemos aos outros e ao mundo. É uma alegria mais sustentável; uma sensação de propósito mais permanente.
Aristóteles chamou esta felicidade de Eudaimonia, entendida como a vida plena, viver bem, felicidade. A Eudaimonia é uma “felicidade proveniente daquilo que fazemos e trazemos ao mundo e não daquilo que obtemos do mundo”. É um florescer humano, o sentimento de uma vida bem vivida e a diminuição de sofrimento mental.
Descobriu-se que quando focamos em gerar bem-estar, os sinais de ansiedade e depressão diminuem e ainda se tem um ganho significativo em qualidade de vida.
Isto significa que uma vez que temos as nossas necessidades básicas atendidas, podemos então buscar uma visão de felicidade genuína que acesse nossos ilimitados recursos internos.
Com a mente calma, ampla e livre, teremos mais lucidez e liberdade para manifestar qualidades essenciais para uma vida plena. Quando as nossas mentes estão inquietas e perturbadas não importa quanto luxo e diversão possamos usufruir. Só luxo, dinheiro e diversão não nos farão felizes.
A maior prova disto é um estudo realizado com pessoas que ganharam a lotaria e viraram milionários da noite para o dia. Num grupo de controlo, aqueles que não vivenciaram esta experiência de enriquecer rapidamente, tinham o mesmo nível de felicidade dos recém milionários. O que ocorreu é que depois da excitação inicial do ganho financeiro e mudança de vida, as pessoas relataram sentir menos satisfação nos prazeres quotidianos, como conversar com amigos, ler um livro ou praticar um desporto em relação às pessoas que não vivenciaram uma mudança tão drástica nas suas vidas.
Portanto, sem uma natural felicidade interior, uma sensação de alegria, despreocupação e bem-estar que não dependam de condições externas, nunca seremos verdadeiramente felizes. Desperdiçaremos as nossas vidas atrás de objetivos vazios, cheios de excitação por qualquer pessoa ou situação nova.
Desta forma, sentiremos uma felicidade superficial e com curto prazo de duração, que se desfará e nos deixará com aquela sensação de vazio. Aí, neste círculo vicioso, buscaremos outra “distração” novamente.
Não há nada de errado em desfrutar dos prazeres da vida. Isto é ótimo, mas não sustenta, em médio e longo prazos, aquela sensação de paz e bem-estar que nos confere um estado imperturbável de felicidade.
Por outro lado, a felicidade genuína não é acionada por estímulos.
Esta distinção não significa que não se deva buscar estas sensações agradáveis. Apesar de ser diferente da felicidade genuína, o prazer não é inimigo dela. Tudo depende da forma como é experienciada.
Se o prazer impede a liberdade interior, dando origem à dependência e perturba o equilíbrio da mente, então, nitidamente, é um obstáculo à felicidade genuína.
Por outro lado, se é vivida no momento presente, com atenção plena, num estado de paz interior e liberdade, o prazer adorna a felicidade.
Ter conhecimento da felicidade genuína e condicionada serve para refletirmos sobre qual delas, estamos a dedicar as nossas vidas.
Com certeza, queremos a felicidade genuína, mas querer não é suficiente.
Por exemplo, se eu quero comer um "estrogonofe" de camarão (meu prato predileto), não basta apenas desejar, mentalizar e esperar que se materialize. Ao aprender a cozinhar este delicioso prato, com os ingredientes adequados e seguir uma receita que me desperte “água na boca”, eu começo a tornar real o meu desejo. Ou posso apenas pedir no restaurante, não é? Mas de qualquer modo, eu tive que agir!
Então, por que este processo seria diferente para adquirir a felicidade genuína?
Que tal estar atento sobre que tipo de felicidade você tem experimentado?
A verdadeira felicidade não está lá fora, no mercado para ser comprada. Basta você ter coragem e olhar para si mesmo.
Que tal começar a se amar e a acreditar que você é sim, bom o suficiente para fazer o que quer da sua vida?
Não se esqueça que cada indivíduo é único e tem seus próprios sonhos, prazeres e propósitos, por isso, busque as ações que fazem sentido para a sua vida e os seus objetivos.
Viva com paixão.