Produzir Água potável a partir do Ar

Produzir Água potável a partir do Ar

"Global News - Dubai"

Hoje não podemos dizer que o assunto “alterações climáticas” seja uma novidade, longe vai o tempo em que fomos surpreendidos por diversas previsões catastróficas por parte de alguns cientistas. Na altura pareciam “teorias loucas” ou “meras profecias apocalípticas” agora percebemos que afinal eram a mais pura verdade.

Quando olhamos para trás, já passaram 197 anos, foi em 1824 que o físico francês Joseph Fourier descreveu pela primeira vez o "efeito estufa", afirmando que a temperatura do planeta poderia subir.

Neste momento, o interesse económico impede a salvação do planeta, uma série de avanços e recuos tem pautado a inércia dos governos e organizações mundiais. Para bem de nós e do nossa “casa” é bom que se consiga arranjar uma forma de compatibilizar a economia com a ecologia, de preferência para ontem…

Se os líderes mundiais não adotarem outras políticas com vista à redução de emissões poluentes, prevê-se que a temperatura média global aumente entre 1,1ºC e 6,4ºC ao longo deste século. A pressão da sociedade civil é a única força capaz de reverter o aquecimento global.

Devido ao aquecimento global, os fenómenos climáticos extremos já são uma realidade e, vão acontecer com uma frequência e severidade cada vez maior.

Estou a falar de:

Inundações

Secas severas

Chuvas fortes (torrenciais)

Vagas de calor

Incêndios florestais

Escassez de água potável

Desaparecimento de glaciares

Subida do nível do mar

Distribuição e extinção de espécies da fauna e da flora

Doenças e pragas das plantas

Escassez de alimentos

Não é preciso ter muita imaginação, basta lembrarmos o que tem acontecido sistematicamente na Califórnia e, que já este ano, pela primeira vez (segundo a minha memória) atacou em força o Canadá. A maior temperatura registada neste país, cerca de 50°C conjugada com vento, levou à destruição completa da vila de Lytton, uma vila da região oeste do Canadá.

As áreas secas do planeta irão sofrer ainda mais com a falta de água potável, que já é escassa em algumas regiões.

Por tradição, existem várias formas diferentes de obter água potável em locais onde ela é escassa, seja através de perfurações no solo, dessalinizar água do mar, tratamento de águas residuais etc.…

Atualmente é possível coletar a água existente no ar apenas usando energia solar, sem haver necessidade de usar eletricidade ou sequer infraestruturas complexas, dito de outra forma, é possível produzir o elixir da vida de forma perfeitamente autossuficiente.

No Dubai está localizada a maior “fábrica” do mundo, que produz anualmente cerca de 1,5 milhões de litros de água.

Como funciona?

Um conjunto de painéis solares alimenta um ventilador que faz com que o ar entre nos geradores de água atmosférica, que são máquinas que produzem água potável a partir do ar circundante, nomeadamente, arrefecem o vapor de água para coletar a mesma substância na forma de gotículas. A transição de um material do estado gasoso para o líquido é chamada de condensação. Quando um gás ou vapor perde energia, as suas partículas passam a agitar-se cada vez menos até se transformarem num líquido. À medida que a água é coletada, é adicionado magnésio e cálcio para melhorar o sabor e proporcionar possíveis benefícios à saúde.

Esses dispositivos existem há mais de uma década, mas tradicionalmente consumiam muita eletricidade e só funcionam em locais que tivessem ar húmido. Os novos equipamentos operam de uma forma mais flexível e sustentável.

Atualmente o Médio Oriente e o norte de África apenas têm acesso a 1% da água doce existente no planeta, tudo indica que neste momento sejam os mais interessados nesta tecnologia. No futuro, se nada for feito no sentido de combater de forma vigorosa as alterações climáticas, pode-se imaginar um interesse crescente neste tipo de tecnologia.