Questionário Inovador Avalia Competências Sociais em Crianças Portuguesas
Questionário Inovador Avalia Competências Sociais em Crianças Portuguesas

Questionário Inovador Avalia Competências Sociais em Crianças Portuguesas

Por Pedro Simão Mendes...

Avaliar as competências sociais e emocionais de crianças e jovens em português é agora mais fácil...

Uma equipa de investigação do Iscte-Instituto Universitário de Lisboa e da Universidade de Coimbra adaptaram e validaram a versão Portuguesa do Questionário de Competências Sociais e Emocionais para crianças e jovens. Esta ferramenta pode ser utilizada por profissionais das áreas educativas e comunitárias para monitorizar o desenvolvimento dessas competências.

“Desde tenra idade, as pessoas desenvolvem as suas competências sociais e emocionais através de um processo designado por aprendizagem socioemocional", explica a primeira autora desta investigação, Catarina Castro, aluna do Doutoramento em Psicologia do Iscte. Através deste processo, a criança adquire conhecimentos, atitudes e capacidades cruciais para gerir as suas emoções e relações interpessoais, incluindo sentir e mostrar empatia pelos outros, e tomar decisões responsáveis.

As competências sociais e emocionais de crianças e adolescentes têm vindo a ganhar importância em contextos educativos e comunitários, nomeadamente nas competências esperadas dos alunos portugueses à saída da escolaridade obrigatória. Tendo em conta esta prioridade na política pública, a Fundação Calouste Gulbenkian cofundou as Academias Gulbenkian do Conhecimento, um conjunto de projetos de base comunitária ou escolar para desenvolver e apoiar soluções inovadoras para problemas societais complexos, incluindo o desenvolvimento de competências sociais e emocionais de crianças e jovens. Estas Academias constituíram a oportunidade perfeita para explorar o desenvolvimento de tais competências.

O estudo recentemente publicado na Frontiers in Psychology teve como objetivo validar a versão portuguesa do instrumento para que os profissionais em Portugal possam utilizar instrumentos baseados em evidências na sua prática. Muitas vezes, alguns destes instrumentos não estão disponíveis em diferentes línguas e podem estar sujeitos a diferenças culturais e contextuais. “É importante que os profissionais disponham de instrumentos de avaliação e intervenção cientificamente validados e adaptados à população com que trabalham. Aqui, fizemos isso mesmo”, salientou Joana Alexandre, investigadora do Centro de Investigação e Intervenção Social (CIS-Iscte) e orientadora de Catarina Castro.

“O Questionário de Competências Sociais e Emocionais, nomeadamente a sua forma Crianças e Jovens, foi desenvolvido como uma medida abrangente para um conjunto alargado de competências sociais e emocionais, ancorada num quadro teórico comum e sólido”, afirma Clara Barata, segunda autora do estudo e investigadora da Universidade de Coimbra. O instrumento foi aplicado aos participantes das Academias Gulbenkian do Conhecimento e, de acordo com os resultados do estudo, a sua adaptação portuguesa revelou-se bem ajustada à utilização no contexto português. Para os peritos, as análises revelaram uma boa consistência interna e sensibilidade à mudança ao longo do tempo. Com base nos resultados do estudo, Carla Colaço, última autora do artigo, afirma que “sugerimos que as intervenções de aprendizagem social e emocional devem ter uma abordagem culturalmente reativa”. Os resultados sugerem ainda que a idade é uma das características individuais mais relevantes para o impacto das competências sociais e emocionais.

Os resultados do estudo contribuem para demonstrar a utilidade desta medida para os profissionais das áreas educativas e comunitárias, para informar e orientar os seus trabalhos sobre competências sociais e emocionais com um conjunto variado de participantes, medindo adequadamente as suas necessidades e os seus pontos fortes.

“Os nossos resultados têm o potencial de informar e melhorar as intervenções de aprendizagem social e emocional em contextos educativos e comunitários, beneficiando, em última análise, crianças e jovens em todo o país”, conclui Catarina Castro.

A aprendizagem socioemocional tem sido um interesse de investigação da investigadora do CIS-Iscte Joana Alexandre, que tem trabalhado com equipas multidisciplinares. Recentemente, a investigadora colaborou num estudo que testou o programa socioemocional “Mundo Intergaláctico”, desenvolvido para reduzir sintomas psicopatológicos e melhorar competências sociais e emocionais em crianças dos 8 aos 12 anos. “Embora sem grupo de controlo, professores e cuidadores reportaram uma redução de comportamentos de internalização e externalização em crianças, demonstrando o potencial do treino de competências socioemocionais através de programas como este”, explica Joana Alexandre, salientando a necessidade de recorrer ao controlo através de ensaios randomizados em futuras investigações. Rita Antunes (Universidade Lusíada de Lisboa; Hospital CUF Descobertas; WJCR-Ispa), Maryse Guedes (WJCR-Ispa), Marisa G. Filipe (Universidade de Lisboa) e Manuela Veríssimo (Iscte) foram as outras investigadoras envolvidas.


Fonte | Comunicação de Ciência (CIS-Iscte)


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