As Guerras e a Crise Climática
Ecos da Destruição: O Impacto das Guerras num Planeta em Crise...
Muito se tem falado sobre o cenário apocalíptico que o planeta poderá enfrentar em breve. Expressões como “aquecimento global”, “economia circular” e “extinção dos combustíveis fósseis” fazem já parte do nosso quotidiano.
Os jovens unem-se para manifestar o seu desagrado perante a inércia dos governos e, poderíamos acrescentar, das populações. O grupo Climáximo é um exemplo de pessoas que procuram alertar para a necessidade de salvar o planeta, promovendo ações de sensibilização sobre o impacto da nossa passividade. As suas iniciativas podem ser mais ou menos controversas, mas o que importa é que estão a agir.
Contudo, por maior que seja a boa vontade destes jovens e de muitas outras pessoas, importa refletir sobre até que ponto estes esforços podem ter impacto num mundo mergulhado em guerras e à beira de um conflito à escala global.
Um primeiro aspeto a considerar é que o impacto ambiental das guerras na Ucrânia e no Médio Oriente é imenso e multifacetado, superando, em muitos aspetos, os danos causados pelo uso de veículos movidos a combustíveis fósseis – como carros e aviões. Os conflitos armados destroem diretamente ecossistemas, poluem solos e águas e libertam quantidades elevadas de gases de efeito estufa.
Façamos uma análise mais detalhada do impacto da guerra em comparação com o dos veículos movidos a combustível fóssil.
Guerra:
1 - Destruição de infraestruturas, como fábricas e refinarias, que libertam poluentes tóxicos.
2 - Incêndios de grandes proporções, que emitem gases e partículas nocivas para a atmosfera.
3 - Uso de armas e explosivos que contaminam o solo e a água com metais pesados e substâncias químicas.
4 - Deslocação de populações, levando ao desmatamento e à erosão do solo.
Veículos movidos a combustível fóssil:
1 - Emissão de gases de efeito estufa que contribuem para as mudanças climáticas.
2 - Poluição do ar em áreas urbanas, causando problemas respiratórios e outras doenças.
3 - Derramamento de óleo e outros produtos químicos durante o transporte.
Um estudo da Universidade de Stanford estimou que a guerra do Iraque (2003-2011) causou mais emissões de carbono do que 139 países juntos num único ano.
Além disso, a guerra na Síria, que se arrasta há mais de uma década, provocou uma crise de refugiados, levando à destruição de grandes áreas florestais para a construção de abrigos e a obtenção de lenha. Estes campos de refugiados deveriam ser soluções provisórias, mas transformaram-se em bairros sobrelotados, onde as pessoas vivem em condições infra-humanas. Enquanto isso, governantes e decisores perpetuam conflitos sucessivos por poder, dinheiro e território.
Podemos, pois, concluir que, embora o uso de carros e aviões tenha um impacto ambiental significativo, as guerras da atualidade causam danos ambientais muito mais graves e imediatos. A destruição de infraestruturas, a poluição dos solos e da água e as emissões de gases de efeito estufa são apenas alguns dos efeitos negativos destes conflitos sobre o meio ambiente.
No entanto, os impactos vão muito além da destruição ambiental. As populações deslocadas, que perdem as suas casas, os seus bens e, no limite, a liberdade e a identidade, sofrem tanto ou mais do que o próprio ambiente.
A guerra é, sem dúvida, um problema complexo, com múltiplas dimensões. No entanto, é essencial considerar os seus custos para o planeta, buscando soluções para os conflitos e promovendo a paz.
Imagem criada por AI
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