2022: Um ano de Mudanças?

2022: Um ano de Mudanças?

Quando nos aproximamos do fim do ano, é natural que se faça um balanço dos últimos 365 dias, os acontecimentos mais significativos ou mesmo as vivências mais relevantes. Após a retrospetiva é igualmente comum espreitarmos para o futuro e, dentro do possível, tentar prever o que o ano novo trará.

Bem sei que estou em contraciclo (mais uma vez e para não variar), a moda está do lado da navegação à vista, viver um dia de cada vez, não perder nenhum pedaço do presente a pensar no futuro. É uma visão algo “romântica” da vida, soa bem, mas poucos segundos depois somos invadidos pela sensação que não é possível, nem sequer sustentável. Será desejável?

Hoje é um daqueles dias em que gostava de ser mais romântico, comungar o “pensar é não compreender” de Alberto Caeiro, dedicar-me à simplicidade de viver de sensações sem a aborrecida mediação do pensamento. Gostava de ser mas não sou…Realidade? Mais Álvaro de Campos, sem ser dominado pela máquina, mas partilhando o espírito inconformado com o tempo.

Então, como será o ano de 2022 para os portugueses?

Não sei se vai estar frio ou se vai chover, sei que o novo ano vai começar em modo campanha eleitoral, após a “ressaca” da passagem de ano vamos reidratar com populismo e com promessas que não serão cumpridas.

Dificilmente vai dar para esquecer que as eleições legislativas vão decorrer no dia 30 de janeiro.

Eleições legislativas em 2022

Quem vai ganhar? É uma ótima pergunta, apenas lhe digo que tenho em casa alguns cristais e um par de bolas, mas não tenho bola de cristal. Neste momento tudo parece indicar que será uma eleição muito polarizada, pensa-se que os dois partidos com maior expressão não vão deixar muitas “migalhas” para os partidos de protesto. De momento temos um Costa algo desgastado e um Rio a ganhar velocidade, mas a campanha ainda nem começou, tudo poderá acontecer nas próximas seis semanas.

Será que Costa vai tomar um suplemento nutricional (gel de hidratos de carbono) e ganhar novo fôlego? Irá Rio ganhar velocidade suficiente para levantar voo? São mais as perguntas do que as respostas!

Preços em 2022

Apesar das grandes diferenças entre os 19 países, a Comissão Europeia prevê que em 2022 a inflação média na zona euro seja de cerca de 2%, contudo Portugal não deverá ultrapassar os 1,7%. Devido à tendência de subida dos preços dos combustíveis, prevê-se que os preços vão continuar a aumentar até ao final do inverno.

O que vai ficar mais caro em 2022? Infelizmente a lista não é pequena: Portagens, eletricidade, combustíveis, gás, automóveis usados, transportes de pessoas e mercadorias, roupa, preço das casas, pão e produtos de pastelaria

Comportamento da economia portuguesa em 2022

O governo português (com uma certa dose de otimismo) estima que em 2022 a economia vai crescer 5,5%, voltando assim ao nível de riqueza verificado no período pré-pandemia. A OCDE não é tão otimista, mas mesmo assim prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 será de 4,9%. De acordo com esta entidade, à medida que a situação sanitária melhore, é esperado um crescimento do consumo (nomeadamente no setor do turismo, comércio e serviços) e uma diminuição gradual da poupança.

Emprego e Apoios Sociais

Salário mínimo nacional: A remuneração mínima vai subir em 2022, irá atingir os 705 euros mensais.
Aumento nas pensões: A maior parte das pensões vai ter um aumento de cerca de 0,9%.

Salários da função pública: No próximo ano a generalidade dos funcionários públicos vai beneficiar de um aumento salarial na ordem dos 0,9%.

Contas feitas, o aumento dos salários e das pensões ficará muito aquém da subida da inflação, quer isto dizer que os portugueses vão perder algum poder de compra. Não será uma enorme diferença, mas num país conhecido pelos seus salários baixos, certamente cada cêntimo faz diferença na carteira dos portugueses.

2022 provavelmente não será um ano perfeito, por um lado, com o aparecimento da variante "Ómicron" não é expectável que a pandemia termine, por outro lado não se antevê uma melhoria das finanças das famílias, mas mesmo assim há que manter um certo grau de positivismo, de forma a conseguirmos superar os novos desafios que aí vêm.