O Património Cultural dos Faróis de Portugal
O Património Cultural dos Faróis de Portugal
O Património Cultural dos Faróis de Portugal
O Património Cultural dos Faróis de Portugal

O Património Cultural dos Faróis de Portugal

Data do séc. XVI o farol mais antigo de Portugal. Localizado na Foz do Douro, Porto, o Farol-capela de S. Miguel-o-Anjo, construído em 1528 — por iniciativa e a expensas do bispo de Viseu, D. Miguel da Silva, que foi, ao mesmo tempo, Abade Comendatário do Mosteiro de Santo Tirso, comunidade religiosa que detinha, desde o século XII, o controlo do Couto de S. João da Foz — foi o primeiro dos muitos faróis que Portugal construiu ao longo da sua costa atlântica.

Farol Capela de S. Miguel o Anjo

Fotografia de Artur Filipe dos Santos | Farol Capela de S. Miguel o Anjo, construído em 1528.

Atualmente existem cerca de 53 faróis em atividade: 30 faróis no Continente, 16 espalhados pelas ilhas do arquipélago dos Açores e ainda sete na Madeira.

Cabe à Marinha Portuguesa, desde 1982, a responsabilidade em manter a rede de faróis na costa de Portugal, culminando com a criação, em 1924, da Direção de Faróis, organismo da Direção-Geral da Autoridade Marítima que tem por missão a direção técnica de todas as ajudas à navegação, coordenando o estudo, instalação, manutenção e mesmo extinção das mesmas a nível nacional.

Farolim de Felgueiras, na Foz do Douro, Porto, construído em 1886.

Fotografia de Artur Filipe dos Santos | Farolim de Felgueiras, na Foz do Douro, Porto, construído em 1886.

Para além dos faróis o país mantém todo um património de auxílio à navegação: 53 faróis, 338 farolins, 148 boias de sinalização, 26 balizas, 35 sinais sonoros, 56 enfiamentos (linha de posição de dois ou mais pontos fixos, colocados em terra ou no mar, apoiando na definição da direção em que se encontram os navios em relação a esses objetos) e ainda quatro estações de DGPS (Differential Global Positioning System).

Não existe um tipo de farol em Portugal, mas quatro, partindo da análise da tipologia da torre dos mesmos. Temos o farol de torre prismática, como o Farol da Ponta das Contendas, na Ilha Terceira, Açores; Farol de torre circular, como o Farol do Bugio, na foz do Tejo e que se encontra no interior do Forte de S. Lourenço do Bugio; e, finalmente, os faróis de torre quadrangular, como por exemplo o Farol de Montedor, que se encontra a cerca de 4 milhas náuticas a Norte da foz do rio Lima e a 7 milhas a Sul da foz do rio Minho, na freguesia de Carreço, cidade e distrito de Viana do Castelo.

O mais setentrional dos faróis em território continental português. O Farol de Montedor foi mandado construir pelo autor do plano de farolagem e balizagem da costa portuguesa, o Contra-Almirante Júlio Zeferino Schultz Xavier. Ao todo, este oficial mandou edificar oito faróis, incluído o farol de Montedor, inaugurado a 20 de março de 1910.

Farol de Montedor

Fotografia de Artur Filipe dos Santos | Farol de Montedor, em Carreço, Viana da Castelo, encontra-se em funcionamento desde 1910.

Erguido no alto do promontório de Montedor, em cantaria de granito, com uma altura de 28 metros (mas a uma elevação ao nível de 103 metros) o Farol de Montedor era constituído, inicialmente, por um aparelho ótico arcaico, proveniente do farol de S. Vicente e que terá sido encomendado à firma Barbier, Bénard & Turrene, por 35977 francos franceses.

No alto, um candeeiro a petróleo com um alcance até 26 milhas e só em 1987 é que o farol foi automatizado, reduzindo a intervenção para serviços de monitorização e conservação.

O Farol de Montedor é um dos monumentos mais importantes do património cultural de Viana do Castelo, inspirando, inclusivamente, a criação de uma canção intitulada, precisamente, Farol de Montedor, uma composição inspirada no Vira Velho de Viana.

Implantado na freguesia de Carreço, esta localidade viu nascer a 25 de dezembro de 1928 o importante antropólogo, etnólogo e museólogo Benjamin Pereira, um dos membros fundadores do Museu Nacional de Etnologia de Lisboa, tendo publicado, em conjunto com Ernesto Veiga de Oliveira a obra “Instrumentos Musicais Populares Portugueses”, cuja primeira edição foi lançada pela Fundação Calouste Gulbenkian em 1964.

Lugar de enorme simbolismo para as gentes vianenses, o promontório de Montedor — que se encontra no seguimento do Caminho Português da Costa rumo a Santiago de Compostela — é o berço de duas lendas muito antigas: a lenda do Rio Âncora e a Lenda do Monte da Dor, que têm o mesmo protagonista Alboazer, senhor do castelo de Vila Nova de Gaia, responsável pela lenda portuense de “Miragaia”.


Fotografia de capa | Farol de Leça da Palmeira (ou da Boa Nova), inaugurado em 1927.


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