O Poder da Escolha

O Poder da Escolha

3.000 o número mágico!

No padrão de vida atual, o sedentarismo aliado a um padrão alimentar inadequado são as duas principais causas de excesso de peso e de obesidade. As designadas causas comportamentais, que estão na base da saúde e bem-estar das pessoas.

Nunca, na história da humanidade tivemos uma tão grande variedade e disponibilidade de “alimentos bons de mais”, o que claramente torna o processo de escolha cada vez mais difícil. Como se consegue criar alimentos ou refeições “boas de mais”? Fácil, basta carregar no açúcar, na gordura e no sal, “Et Voilà”! Se tiver atento a muitos dos programas de culinária de “Chefe”, facilmente percebe o truque, colocar maionese ou dar um banho de manteiga ao alimento fá-lo ficar bem mais saboroso e apetecível. Assim é fácil!

Se no passado a preocupação era não passar fome e evitar doenças, hoje, a busca de prazer parece estar na base da maioria das escolhas alimentares que fazemos.

O ser humano, tal como os demais animais, perante a abundância tem sérias dificuldades em apenas comer o necessário, quando necessário. Decerto já percebeu que se der uma latinha do alimento preferido ao seu cão ou gato, ele irá comer uma. Mas se der 2, provavelmente comerá tudo, sendo que mais tarde poderá sentir-se nauseado e ver-se a braços com uma diarreia ou situação de vómitos.

Está estudado que em média cada pessoa toma cerca de 3000 decisões por dia, sendo que muitas delas passam pela alimentação: Vou comer isto ou aquilo? Levo o lanche de casa ou compro na máquina? Janto uma salada ou encomendo um “fast food”? Acompanho o café com um copo de água ou peço um pastel de nata?

São meros exemplos que ilustram a realidade.

Sim, estou a falar de pequenas decisões que podemos apelidar de simples, mas que, sem nos apercebermos vão-nos conduzindo num determinado caminho. Talvez o melhor exemplo é compararmos com um GPS, direita aqui e esquerda acolá, não é grave errarmos uma ou outra decisão, mas corremos o risco de ir para aonde não queremos. No fim do dia, viver é tomar boas decisões!

Muitas vezes dá-nos algum conforto pensar que a culpa é dos outros, dos familiares que estimulam mesas fartas, dos amigos que cozinham extremamente bem, da esposa ou namorada que, como nunca engorda, tem sempre “surpresas” na dispensa e no frigorífico. Tenho muitos amigos, a minha família é gigante, são festas de aniversário seguidas, são os sogros que passam o natal connosco, são aquelas bolachas e iogurtes que por causa dos miúdos não podemos deixar de ter.

Se não fosse a publicidade tudo funcionaria melhor, os “vouchers” de desconto que recebo na caixa de correio e as aplicações que chegam à minha porta são obra do demónio.

Está instalada uma verdadeira conspiração contra mim!

Compreendo perfeitamente, é bem mais fácil a culpa ser de outrem, nós até temos um conhecimento e inteligência superior, mas estamos a receber más influências, tudo depende do que está à nossa volta e nunca de nós próprios.

Culpar o outro pelos nossos erros pode ser uma forma de esconder limitações e dificuldades, pode estar associado ao medo de ser julgado ou uma forma de projetar no outro aquilo que não aceitamos em nós. Esse pensamento ou forma de analisar as nossas decisões impede-nos de aprender e evoluir. Assumir a responsabilidade das nossas ações, permite corrigir erros, superar limitações e reassumir o controlo das nossas vidas, voltar a ser dono do nosso destino.

Até agora a culpa foi das férias… Agosto só para o ano, já estou em casa e de volta à rotina profissional…e a partir de agora como vai ser? Vamos ter de esperar que o vento de 2022 seja mais favorável? Ou que no próximo ano haja menos aniversários, convívios, férias e viagens?

Já agora e, para que tudo corra bem, nunca se esqueça de tomar a decisão de olhar para a direita e para a esquerda sempre que atravessar uma rua, é fundamental!