Pressão ou Ameaça à China?
AUKUS...
Não é novidade que o crescimento militar da China tem causado preocupação no mundo, nos últimos anos a marinha e a força aérea chinesa têm crescido a um ritmo alarmante.
Estará a China a preparar-se para uma guerra?
Ou o aumento da capacidade bélica será usado para exercer pressão sob quem ouse contrariar os seus interesses?
É bem sabido que a China não reage bem a críticas, que o diga a Austrália…bastou uma crítica à China por não ter feito uma investigação transparente sobre a origem do coronavírus e ter colocado algumas barreiras à "Huawei", que apareceram logo controversas sanções comerciais.
O governo de Pequim tem estimulado, quase de uma forma constante, o aumento da tensão nos “territórios mais apetecíveis” como o Mar da China Meridional. Para que perceba a importância, por este elo de ligação entre o Oceano Pacífico e o Índico, passam cerca de 1/3 das mercadorias embaladas do mundo, uma “autoestrada” de navios cargueiros e de rotas aéreas.
Não é à toa que a China, indiferente às tensões diplomáticas, tem vindo a construir ilhas artificiais com bases militares (principalmente aéreas) nesta zona do globo, reivindicando e ocupando espaços, o que representa uma clara violação à lei internacional. Para além da militarização do Mar da China, temos assistido a ameaças ao Taiwan e aos recentes eventos em Hong Kong. [Manifestações contra um controverso projeto de lei que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental. Após semanas de manifestações, a líder de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou que o projeto de lei seria suspenso indefinidamente.]
No que parece ser uma resposta à China (que peca por ser tardia), os EUA, o Reino Unido e a Austrália negociaram um acordo histórico, simplesmente o maior pacto militar que já ocorreu desde a 2ºGuerra Mundial, o “Aukus”, ou seja, a junção das iniciais de cada país.
Biden, Johnson e Morrison, afirmam que a nova parceria tem como objetivo promover a segurança e a prosperidade na região.
Este pacto permitirá que a Austrália construa, pela primeira vez, submarinos de propulsão nuclear a partir de tecnologia americana. Além disso o acordo também inclui parcerias estratégicas em áreas como a inteligência artificial, tecnologia quântica e a cibersegurança.
Esses submarinos trazem a vantagem de ser muito mais rápidos, mais difíceis de detetar, podem ficar submersos por meses, viajar por distâncias mais longas e carregar mais armamento.
A presença destes submarinos na Austrália será fundamental para a influência dos EUA na região, irá certamente mudar o equilíbrio de poder na região.
Numa declaração conjunta, foi afirmado que "esta é uma oportunidade histórica para as três nações, com aliados e parceiros com ideias semelhantes, para proteger os valores em comum, promover a segurança e a prosperidade na região do Indo-Pacífico".
Será que estamos perante o nascimento da primeira marinha global?
Tudo indica que para lá caminhamos, mas ainda é cedo para afirmar.
O que a China pensa sobre o "AUKUS"?
Facilmente se deduz que não gostou da ideia, é uma verdadeira pedra no sapato chinês.
A China diz não entender o propósito de um acordo militar dessa magnitude em tempos de paz, chegando mesmo a acusar estes 3 países de terem uma mentalidade de guerra fria e preconceitos ideológicos.
Para além da China, a vizinha Nova Zelândia parece não ter gostado muito da ideia, afirmando que tais submarinos australianos seriam banidos das suas águas.
Joga-se um verdadeiro xadrez no oriente, uma disputa que parecia estar a ser demasiado fácil para a China, agora o “AUKUS” veio relançar o jogo, uma verdadeira jogada de “xeque” à China.
O que se passará a seguir?
Aguardemos!