Liberdade em Movimento
Instantes ...
Sinto os passos que dou, soltos e em frente, olho para o lado e vejo o mar num azul-esverdeado, calmo. Passeio junto à praia numa estância de veraneio. No areal, um arco-íris de guarda-sóis serpenteia toda a extensão, as pessoas descansam na toalha, as crianças correm, brincam, entoam palavras que se soltam do entusiasmo que sentem. Pais e mães atentos e sorridentes estão de férias.
Na marginal que percorro, o casario mistura-se, cruza a lembrança passada da história local com o moderno e recente edificado das "plantações hoteleiras". Tudo se entrelaça entre apartamentos de veraneio, o comércio e a restauração. Tudo isto é salvo pelo abraço das montanhas que delimitam e circundam a costa com a sua força telúrica.
Verde, bege-areia e azul-esverdeado tocam-se neste quadro que vos pinto.
Na calçada, as gentes cruzam-se no vai e vem da avenida que se chama Liberdade. Liberdade como tantas outras neste país. Liberdade é o que se espera e deseja nas férias, e não só. Para uns, liberdade de, para outros, liberdade para, outros ficam com as duas.
Liberdade das rotinas, dos horários de trabalho, dos afazeres da casa, do conhecido e comum, do habitual. Não que o habitual seja necessariamente mau ou entediante, mas chega uma altura em que é necessário que isso fique para trás, para que o novo se apresente no seu esplendor, para que entre e se viva.
Gosto de observar o que se passa e o que me passa. Por vezes penso nos contrastes, nos de cá e nos de lá. Nos que gozam as férias e nos que trabalham para que nada falte. Em boa verdade, não existem fronteiras no que ao essencial do humano diz respeito, mas depois confronto-me com a sobranceria de trato de alguns que estão cativos das barreiras e dos muros que construíram, muralhas que os habitam e que têm realidade operante.
Clivados, olham a muralha e diferenciam o "nós" dos "outros", a crítica corre fácil e por vezes a empatia não os habita, não reconhecem o limite do seu comportamento, não se encaixam circunscritos numa mesma ordem ética. A multiplicidade que se apresenta não encontra unidade em quem se vê e se sente distante.
Em todas as relações sociais, interpessoais e ambientais, é necessário abrir "Portas" para o que está, para o que acontece no momento, esse movimento vital do acontecer. A porta aberta do acontecer permite a troca, a reciprocidade, aí a vida passa, aí a vida flui no intercâmbio da naturalidade necessária e essencial. Quebram-se as barreiras, abrem-se os horizontes, os sentidos podem ser percorridos e partilhados na descoberta do destino comum.
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