O Açúcar é o Inimigo Público Número 1
O Açúcar é o Inimigo Público Número 1
A globalização aproximou as mais variadas culturas e povos, aprimorou e aumentou o conhecimento humano de forma exponencial, facilitando a vida e a comunicação interpessoal. Isso seria considerado fantástico e inimaginável pelos nossos antepassados. Porém a disseminação e mistura cultural também facilita a padronização dos hábitos de vida, com consequências à escala mundial quando estes hábitos são prejudiciais à nossa espécie.
Com a alimentação humana não tem sido diferente, o processo de ocidentalização difundiu os alimentos industrializados a todos os cantos do globo. Como consequência, o número de obesos, diabéticos e hipertensos nunca foi tão elevado. Quanto mais industrializada é a alimentação da população, maior é a prevalência de patologias metabólicas e cardiovasculares.
Em 2012, a Assembleia das Nações Unidas para Saúde Mundial definiu como objetivo até 2025, uma redução de 25% da mortalidade relacionada com as doenças não transmissíveis (DNTs). As doenças cardiovasculares, a diabetes, o cancro e as doenças respiratórias são responsáveis pela morte de 35 milhões de pessoas por ano. A ONU identificou o tabaco, o álcool e a prática de uma alimentação desequilibrada como sendo os principais factores de risco. Os dois primeiros tem sido regulamentados pelos governos de forma a proteger a saúde pública, sendo que a promoção de uma alimentação saudável tem ficado para segundo plano. As más práticas alimentares por si só, são responsáveis por mais mortes do que o tabagismo e o alcoolismo combinados.
Nas sociedades ocidentais, os erros alimentares mais comuns incidem no baixo consumo de fruta, hortícolas e ácidos gordos ómega-3, em simultâneo com uma ingestão elevada de gorduras saturadas, álcool, sal e açúcar. Nos últimos anos têm sido desenvolvidas uma série de campanhas informativas com o objectivo de elucidar as pessoas dos malefícios de todos esses erros, com excepção do açúcar.
Na alimentação do dia a dia, é extremamente difícil evitar o açúcar, porque este pode ser encontrado em quase tudo o que comemos. É um dos aditivos alimentares mais comuns para melhorar o sabor dos alimentos e das bebidas e prolongar a validade de produtos alimentares processados.
O termo açúcar é o nome genérico para designar os hidratos de carbono simples, como a glucose, frutose, maltose, lactose e sacarose.
Evitar alimentos açucarados é uma tarefa quase impossível para muitos, para além do sabor agradável, funcionam muitas vezes como um calmante emocional.
Nos rótulos dos alimentos que compramos, o açúcar pode estar disfarçado com diferentes termos, tais como:
O consumo de açúcar está ligado a muitos problemas de saúde. O excesso de peso e a obesidade são as manifestações mais visíveis, tendo estas um impacto negativo na qualidade de vida, aumentando também a susceptibilidade a outras doenças crónicas como por exemplo, doenças cardiovasculares e diabetes tipo II, eventualmente levando à morte prematura. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), actualmente a obesidade é responsável por 10-13% das mortes na Europa e 2-8% das despesas da saúde. A tendência de aumento da prevalência da obesidade é especialmente preocupante nos jovens, dado que cerca de 20% das crianças e adolescentes apresentam excesso de peso e, um terço destes, são obesos.
Vê na galeria os 33 efeitos nocivos atribuídos ao açúcar. São razões suficientes para eliminar ou reduzir o consumo de açúcar?
Os edulcorantes são um bom substituto do açúcar?
O sabor doce é um desejo inato do ser humano e a sua preferência é conhecida desde o ano 1000 a.C. No passado, o açúcar era encarado como uma especiaria ou medicamento, passando mais tarde a ser visto como um complemento alimentar.
Actualmente, utilizam-se substitutos do açúcar, nomeadamente os edulcorantes, mais conhecidos como adoçantes. O uso deste tipo de aditivo alimentar começou a ser popularizado na década de 60, principalmente nos Estados Unidos e, tem sido objecto de muitas polémicas, em especial no que respeita à segurança para o organismo humano.
Encontram-se disponíveis na forma líquida, em pó ou em comprimidos, podendo fazer parte dos ingredientes que constituem os alimentos processados. Num género alimentício, um edulcorante pode ser encontrado sozinho ou combinado com outros edulcorantes.
Os edulcorantes, são aditivos alimentares que podem ter origem sintética (produzidos artificialmente) ou serem extractos de substâncias naturais (como as plantas ou alimentos), o que significa que alguns destes aditivos podem ser consumidos sem qualquer risco para a saúde mas outros devem ser evitados dado que os feitos adversos para a saúde ainda são alvo de muita controvérsia.
Os adoçantes são substâncias diferentes do açúcar utilizadas para dar sabor doce aos alimentos, ou seja, são utilizados para substituir total ou parcialmente a sacarose, que é o tipo mais comum de açúcar, extraído da cana-de-açúcar e da beterraba.
Apesar de ser obrigatória a sua designação na rotulagem dos alimentos não sabemos em que quantidades estão presentes nos produtos alimentares, essa informação não é obrigatória e normalmente não nos é fornecida pelos fabricantes. Os adoçantes mais usados na indústria alimentar são os sintéticos.
Os adoçantes naturais surgem como uma alternativa mais saudável para substituição do açúcar refinado. As opções são múltiplas.
Parece não haver vantagem significativa dos edulcorantes nutritivos em relação ao açúcar, contudo, os edulcorantes não nutritivos possuem a vantagem de não fornecerem energia, tendo um efeito insignificante na glicemia e no perfil lipídico.
O consumidor deve ter o cuidado de ler atentamente o rótulo e verificar se os adoçantes de mesa e/ou alimentos consumidos contém edulcorantes não recomendados para a sua condição de saúde. Deve dar preferência às marcas que possuem uma rotulagem completa.
Aos profissionais de saúde, sendo estes formadores de opinião e promotores de aconselhamento alimentar, cabe-lhes a função de explicar o melhor possível as vantagens e desvantagens deste tipo de produtos.
O ideal será apreciar o sabor natural dos alimentos, visto ser o melhor e o mais saudável para todos, quer tenham patologias ou não.