Paraíso transformado em Resort Fantasma
Como é que um dos melhores destinos de férias do mundo se transforma numa cidade fantasma?
Estávamos no início da década de 1970, já tinha ganho o seu primeiro Óscar com o filme "Disque Butterfileld 8", Elizabeth Taylor e o marido Richard Burton, que se tinham conhecido nas gravações de Cleópatra em 1963, elegeram Varosha, como o seu destino de férias predileto.
Um resort mediterrânico, inserido na cidade de Famagusta, que em nada ficava a dever à Riviera Francesa. A 61 Km da capital Nicósia, Varosha era o destino turístico nº1 do Chipre e um dos mais populares do mundo. Um paraíso na terra, um destino romântico com quilómetros e quilómetros de praias de areia branca banhada por águas cristalinas com uma tonalidade azul incrível, sendo definido por alguns como sendo um centro artístico e de atividade intelectual.
Hoje, Varosha é um local abandonado e esquecido no tempo, a natureza tomou conta das ruas, hotéis, restaurantes e lojas, uma verdadeira cidade fantasma na União Europeia do século XXI.
O que aconteceu?
Em resposta ao golpe de estado no Chipre que retirou do poder o presidente Makarios III, sob o pretexto de uma operação de paz, em julho de 1974 o exército Turco invadiu o norte da ilha, daí resultou uma divisão da ilha: no território do Chipre do sul e na República Turca do Chipre do Norte. Todos os habitantes da zona sul de Famagusta fugiram, o resort de Varosha foi cercado com arame farpado e abandonado.
Embora o Chipre tenha aderido à UE (1 de maio de 2004) estando a ilha dividida, a totalidade da mesma é considerada território da UE. O Chipre tem duas línguas oficiais: o grego e o turco. Só o grego é uma língua oficial da UE.
Vídeo: Um turista a passear dentro da cidade abandonada, Varosha.
No ano passado (2020), pela primeira vez em 46 anos, foi permitida a algumas centenas de pessoas visitarem e circularem na praia de Varosha. Esta visita foi limitada à praia e em todos os momentos foi supervisionada pelas autoridades turcas. Após 47 anos e diversas conversações e negociações entre os países envolvidos (Chipre, Grécia e Turquia) e a ONU, ainda não há luz ao fundo do túnel para a cidade fantasma.
Colaboração | BRSP
Fotografias |
Marco Fieber / Joop van Bilsen / Anefo / Zairon