A Fórmula para a Felicidade
A Fórmula para a Felicidade
A Fórmula para a Felicidade

A Fórmula para a Felicidade

Qual a fórmula para a felicidade?

Pesquisadores afirmam que a definição do que seja felicidade pode mudar de pessoa para pessoa, mas, na sua essência, a verdadeira alegria depende da sua conexão com outras pessoas.

Antes de responder à pergunta acima quero contar uma história real que resultou em um pacto com a felicidade!

Aos dezoito anos fui submetida a uma cirurgia que mudaria totalmente a forma como eu me relacionaria com a vida.
Morri e voltei.

Foi retirado um tumor do tamanho de um ovo de galinha alojado em cima do meu coração. Muitas horas depois acordo em uma dimensão que não se assemelhava em nada com o centro cirúrgico em que antes me encontrava.

Vivi uma experiência que até hoje, depois de trinta e oito anos, continua a ser o momento mais feliz e emblemático da minha vida.

Tive o que os médicos chamam de “E.Q.M. - experiência de quase morte”. Costumo parafrasear Cazuza ao dizer que “eu vi a cara da morte e ela estava viva”.

Mas o que afinal esta minha história tem a ver com o título deste artigo?
TUDO.

Por quê? Porque depois de voltar da minha experiência, muito prazerosa, por sinal, percebi que Deus tinha-me trazido de volta para esta dimensão, e compreendi a quão afortunada sou por ter vivido a morte e ter voltado para a minha família.

No processo da cirurgia, o meu pulmão foi perfurado e tive que usar um tubo para respirar. Quando voltei para este mundo, estava no CTI (Centro de Terapia Intensiva) e sentia alguém a segurar a minha mão. Era a minha mãe. Não tenho nenhuma dúvida que foi por causa dela que voltei. Quando naquele túnel, com aquela luz incrivelmente deliciosa e convidativa vi numa grande tela o rosto dela, eu me vi transportada para cá. Não senti nenhuma dor física nesta experiência. INCRÍVEL! Foi maravilhoso.

Naquele momento em que acordei e apercebi que estava viva aqui nesta dimensão, lembro-me de forma muito vívida que eu chorei. A gratidão invadiu o meu coração. Anos depois descobri que um coração verdadeiramente grato me levaria ao estado de contentamento contínuo e uma felicidade que independeria dos acontecimentos externos (bons ou ruins).

Pacto com a felicidade. Foi o que eu decidi fazer naquele momento em que despertava na cama no CTI e ao ver o olhar aliviado da minha mãe endereçado para mim.

“Eu voltei!”, pensei. Chorei. De felicidade por ver minha mãe. Naquele momento eu fiz um pacto com a felicidade: ela me perseguiria e eu correria para os braços dela, até ao fim dos meus dias e o meu coração foi inundado pela gratidão!

Ainda adolescente, estava apaixonada pela perspetiva de crescer como ser humano e pela oportunidade e privilégio de compartilhar a minha história com as pessoas e ajudá-las a encontrarem a sua missão de vida e celebrar a felicidade nas suas vidas.

Aprendi, e aprendo continuamente, inúmeras lições. Acertei muitas coisas. Errei outras tantas e neste processo de viver a vida, foquei-me na minha carreira. Deixei, assim, estes estudos sobre a felicidade como uma segunda atividade. O meu foco estava em virar adulta, ser responsável, dona do meu nariz, me casar e ter uma carreira bem-sucedida, sem esquecer-me de celebrar a vida.

Construí uma carreira bem-sucedida, conquistei o que planejei e até mesmo o que nem tinha imaginado nos meus ousados planos de jovem ambiciosa. Casei-me, divorciei-me, vivi fora do Brasil em dois países diametralmente opostos, conquistei experiências memoráveis e construí outra carreira (como Coach e Chief Happiness Officer).

Vamos acelerar o tempo agora...

Estamos em 2021 em meio a inúmeras incertezas por causa da pandemia que assola o mundo desde o ano passado.

Então, vamos à pergunta: “Será que existe um modelo; uma equação para viver o estado de felicidade de forma perene?”

Todos nós buscamos a felicidade! Até hoje não conheci ninguém que tivesse como objetivo ser infeliz.

O que, afinal, os neurocientistas dizem a respeito da felicidade?

Para compreender as causas essenciais que proporcionam felicidade parti em viagens, fiz inúmeros cursos, avaliei pesquisas aplicadas nos quatro cantos do mundo, conversei com neurocientistas e autores de grande “best-sellers” mundiais, empresários, pessoas comuns, parentes, amigos e estudei toda sorte de informação que podia ter acesso.

O que é felicidade para você?

A descoberta foi intrigante de tão simples e poderosa:

"A felicidade está presente no dia-a-dia das pessoas. Está tudo dentro de nós. É sobre nos permitirmos viver situações somente para sentir conscientemente uma sensação de conforto. Na atual realidade de nano segundos já não escutamos mais a nós mesmos. Nos distanciamos de nós."

A fim de ser pragmática, separei aqui alguns itens. Existem muitos aspetos que compõem este estudo e podemos evoluir neles em outra ocasião.

O que é felicidade?

Em primeiro lugar, os pesquisadores afirmam que a definição do que seja felicidade pode mudar de pessoa para pessoa, mas, em sua essência, a verdadeira alegria depende da sua conexão com outras pessoas.

Descobri que ser útil aos outros, fazer a diferença na vida dos outros é uma mola propulsora daquilo que intitulamos felicidade.

Os relacionamentos interpessoais são os que mais afetam a felicidade e o caminho para ela é investir em conexões genuínas, carregadas de significado, empatia, compaixão e de autocompaixão.

Descobri também que é preciso querer ser feliz e esta decisão cabe a cada um que busca a felicidade.

Segundo a Psicologia Positiva, existem dois caminhos complementares para a felicidade autêntica.

A primeira delas é a "vida engajada".

Isso considera estar totalmente envolvido nas suas atividades diárias de vida, relacionamentos e trabalho; e a pessoa se torna mais feliz através do engajamento. Há o encorajamento para descobrir o que é intrinsecamente gratificante para si.

O segundo caminho envolve encontrar significado e propósito por meio de uma conexão com uma causa maior.

Em outras palavras, as pessoas podem encontrar felicidade ao usar suas forças pessoais a serviço de algo maior que elas próprias (como a família, comunidade, etc.). Para se tornar "mais feliz", a recomendação de passar algum tempo planejando atividades agradáveis, envolventes e significativas é parte do conceito difundido por aqueles que a praticam.

Defendo que existe uma correlação entre qualidade de vida e felicidade e que esta última não somente é uma escolha, como também é aprendível.

Encontrei métodos para chegar ao tão desejado estado de contentamento contínuo, a despeito das atribulações do dia-a-dia e problemas da vida.

Um exemplo vem de Mo Gawdat, ex-executivo do Google que se dedica hoje a difundir os seus conceitos de felicidade.

De forma simples, a fórmula que Mo defende é que a felicidade é maior ou igual à sua perceção dos acontecimentos da sua vida subtraídas as suas expectativas de como sua vida deveria ser.

Ver imagem abaixo:

fórmula da felicidade - Mo Gawdat

Outro estudo muito utilizado pela comunidade científica sobre a felicidade é da pesquisadora Sonja Lyubomirsky que é professora do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, em Riverside, USA, no qual aponta que 50% da disposição de uma pessoa em ser feliz é genético, 10% proveniente das circunstâncias e 40% baseados em atividades intencionais, ou seja, sob a responsabilidade de cada um. 

São nestes 40% que se encontra a nossa decisão de ser feliz e isto determina o rumo que viveremos a vida.

Fonte  Sonja Lyubomirsky

As pessoas supervalorizam muito o trabalho, o dinheiro e os bens materiais e subestimam enormemente os laços íntimos e a importância de desafios árduos. Não estou a apontar dedos para ninguém. Eu mesma agia assim.

Em pesquisas realizadas nos Estados Unidos, os americanos médios dizem que, se conseguissem fazer apenas 90 mil dólares a mais por ano, poderiam "realizar todos os seus sonhos". Mas as evidências sugerem que eles estão errados. Quanto mais profundas forem as relações de uma pessoa, mais feliz ela será.

A minha pergunta sobre “Será que existe um modelo; uma equação para viver o estado de felicidade?” encontra respostas. Sim. Existe.

5 maneiras comprovadas de melhorar o seu humor

A felicidade certamente pode parecer ilusória, mas dominar alguns hábitos pode fazer maravilhas sobre o quão bem você se sente regularmente. Aqui estão estratégias apoiadas pela ciência para fazer você sorrir todos os dias.

1. Conte suas bênçãos e abuse da gratidão: Descrever três coisas boas que acontecem a você todos os dias - detalhe quem esteve envolvido, o que foi dito e como você acredita que o evento positivo ocorreu - foi evidenciado como uma maneira eficaz de melhorar o humor das pessoas. Experimente-o por algumas semanas e acompanhe a diferença. O poder da gratidão proporciona maravilhas no corpo, na alma e nos processos neurais. Experiência própria!

2. Movimente-se: A atividade física não apenas ajuda você a se sentir melhor a curto prazo, como os estudos mostram que ela pode evitar a infelicidade a longo prazo. Adicione uma rápida caminhada à sua rotina diária, uma breve prática de yoga ou pilates pela manhã ou algumas aulas de exercícios ao longo da semana para colher os benefícios físicos e mentais da saúde. Durma muito bem, não menos que sete horas por dia.

3. Priorize as pessoas: as interações sociais têm um impacto significativo em como nos sentimos felizes e melhora o nosso senso de conexão e valor. Amigos íntimos e familiares (com os quais nos damos bem) aumentam a nossa sensação de significado, propósito e bem-estar. Mas o mesmo acontece com os laços mais fracos que temos com as pessoas com as quais nos relacionamos regularmente. Se você precisar de uma ajuda rápida, converse com uma pessoa de confiança ou entre em contacto com um conhecido de quem você não conversa há algum tempo.

4. Aprenda um "hobby" que coloque um sorriso no seu rosto: os estudos demonstram que uma atividade de lazer aumenta a felicidade geral. Alguns especialistas acham que isso se deve ao intenso foco alcançado quando participamos de atividades que nos dão a quantidade certa de desafios. Para iniciantes, tente se divertir, fazer caminhadas, pintar, fazer uma aula de dança ou aprender um novo instrumento. Nestas situações o cérebro libera neurotransmissores que nos fazem ter a sensação de prazer e bem-estar.

5. Pratique meditação: Verificou-se que vários tipos de meditação aumentam a atenção plena (mindfulness), um estado ligado a menos experiências de stress, menos sintomas de ansiedade e depressão e melhor tolerância à dor. Então, a atenção plena provocada pela meditação também foi encontrada para aumentar sentimentos de satisfação com a vida, emoções positivas e autocompaixão. Tente fazer uma meditação guiada no YouTube (existem várias), faça o “download” de um aplicativo (eu uso o Insight Timer) ou faça parte de um grupo de meditação.

A mudança mais importante que todos podemos fazer pode ser apenas aceitar que a felicidade não é uma constante, que somos livres para defini-la por nós mesmos e não precisamos nos forçar quando não nos sentimos tão felizes quanto deveríamos - ou tão felizes quando assumimos, talvez equivocadamente, que as outras pessoas sejam.

O meu desejo é que você viva com paixão e que sinta esta energia maravilhosa a percorrer a sua alma e mente todos os dias da sua existência. A vida será mais leve, pode acreditar.

E por fim eu lhe pergunto: Afinal, qual o limite de felicidade que você aguenta sentir em seu coração?