Ano Novo na Europa: Rituais Curiosos e Inesquecíveis
As mais curiosas tradições de passagem de Ano do Velho Continente...
Se em Portugal costumamos comer 12 passas em cima de um banco e com uma moeda na mão, um pouco por toda a Europa há uma diversidade de rituais e costumes originais que procuram celebrar a entrada do "Ano Novo". Descubra algumas das mais curiosas tradições de passagem de ano por esse “velho continente” fora.
Começando na vizinha Espanha, também “nuestros hermanos” têm o hábito de comer, de uma assentada, 12 passas antes do bater das últimas badaladas da “Noche Vieja”. Refira-se que há muitas tradições em comum com os dois lados da fronteira ibérica, como por exemplo vestir roupa nova ou bater com o pé direito. Mas em certas comunidades, como na Galiza, há ainda o hábito de comer chocolate quente e churros logo ao amanhecer do primeiro dia do Ano Novo, ou, como na Andaluzia, queimar alecrim antes do ano findar.
Para lá dos Pirenéus, em França é costume, pelo menos em certas regiões, oferecer dinheiro às crianças, pela meia-noite e nos primeiros dias de janeiro, como presságio de felicidade. O Réveillon é sempre regado a champanhe e com distribuição de beijos mais acalorados debaixo do visco em plena meia-noite.
A última noite do ano é, tanto para franceses como para alemães, o momento de recordar S. Silvestre, cuja data de celebração litúrgica se comemora precisamente a 31 de dezembro. Na Alemanha as tradições de passagem de ano são precisamente intituladas de “Silvester”, com vista a recordar a vida e os milagres do S. Silvestre ou Silvestre I, o 33º papa da igreja católica e que muitos lhe atribuem a conversão do imperador Constantino ao cristianismo. Os alemães são fanáticos por fogos-de-artifício, juntando-se nas ruas para deitarem os seus próprios fogos ao ar ou, nas maiores cidades do país, para, à meia-noite, assistirem ao espetáculo de luz e cor proporcionado por fogos gigantescos e espetaculares.
Em Itália, a tradição mais enraizada da noite, apelidada de S. Silvestre, é a de comer lentilhas. Mas há costumes transalpinos ainda mais exóticos como o de atirar panelas velhas e roupas usadas pela janela, simbolizando a expulsão do ano velho borda fora. Italiano que se preze veste roupa interior vermelha para festejar a passagem e acende um tronco de madeira para espantar as sombras da noite e ajudar Nossa Senhora a aquecer o menino que nasceu há apenas cinco noites.
Na Grécia o fim do ano é barulhento, com os pratos do jantar a serem atirados contra a porta de entrada da casa. É também costume a mesma porta ter uma cabeça de alho pendurada do lado de fora, como augúrio de ano feliz.
Mas não é só na Grécia que se atiram coisas à porta. Também na Irlanda encontramos um costume semelhante, mas desta vez é pão que se atira à porta na última noite do ano (depois de um jantar bastante regado com cerveja Guiness) com o objetivo de espantar o azar das suas casas.
Imagem criada por IA | Baile de valsa na ópera de Viena.
A passagem de ano em Viena, na Áustria, é extraordinária. Um pouco por toda a capital, bailes iluminam a última noite, com a elegância e o esplendor a atingirem o seu auge no baile da Ópera, ao som das mais importantes valsas de Strauss.
Já pelas paisagens alpinas, é a tradição do iodelei que ecoa pelas montanhas do Tirol.
Nos países escandinavos a tradição de comer o bacalhau novo e arroz doce são comuns. Na Dinamarca é costume o país parar para ouvir o discurso da Rainha Margarida II e, no momento em que o ano velho dá lugar ao novo, os dinamarqueses saltam de cadeiras para entrarem da melhor forma em mais um ciclo das suas vidas.
Na nação norueguesa é costume andar-se pelas ruas e desejar a amigos, familiares e amigos “Godt Nytt År, takk for det gamle” (Feliz Ano Novo, obrigado pelo ano que passou) antes de assistir aos fogos-de-artifício da meia-noite.
Imagem criada por IA | O tradicional Wassailing Bowl, contendo o wassail, uma bebida quente à base de sidra de maçã, citrinos, canela, anis e mel.
Já em terras de Sua Majestade, o fim do ano é marcado por grupos corais que vão ecoando cânticos de Natal pelas ruas das pequenas cidades, ao passo que em metrópoles como Londres, se vai esperando pelas badaladas do Big Ben. No condado de Gloucestershire existe uma tradição muito peculiar, que remonta ao período anglo-saxão, que conecta o Natal e as celebrações do Ano Novo conhecida como Wassailing. Centenas de pessoas vão em procissão pelas ruas e pomares das aldeias e vilas de Gloucestershire transportando o wassailing bowl, um vaso enorme e artesanal que transporta o wassail, uma bebida à base de sidra de maçã e citrinos, que se serve quente a todos os convivas, à medida que se vai entoando canções de votos de bom ano e de boas colheitas.
Na Escócia, a última noite do ano é apelidada de Hogmanay, acendem-se gigantescas fogueiras, as bonfires, que se espalham um pouco por todo o lado desde as Terras Altas a cidades como Edimburgo ou Glasgow. Por último, refira-se que a Inglaterra, Escócia ou Gales partilham uma tradição comum, a das famílias cantarem em uníssono, logo após a meia-noite, a canção Auld Lang Syne, uma antiga música popular escocesa, cuja letra é um poema do mais importante escritor escocês, Robert Burnes, que simboliza a memória pelos bons velhos tempos e a esperança de que todas as contendas fiquem para trás, no ano que agora finda.
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