A Magia dos Mercados de Natal de Colmar
Colmar, no coração da Alsácia, é toda uma vila francesa que vive o Natal de uma forma verdadeiramente luminosa, com artesanato alusivo à quadra, vinho quente e uma alegria que contagia locais e viajantes. Desde a “Petite Venice”, passando pela “Place des Dominicains”, Colmar é um misto de casas de traça medieval, fontes e canais que nos fazem viver, por momentos, dentro das páginas de um livro de fantasia, especialmente se estiver coberta de branco.
A Alsácia, no leste de França, encostada à Alemanha e Suíça, é uma das belas paisagens gaulesas. Se Estrasburgo (sede do Parlamento Europeu e do Conselho da Europa) reluz como a mais importante das cidades desta região, localidades como Haguenau ou Mullhouse (conhecida pelo seu extraordinário museu do Caminho de Ferro e pela “Torre da Europa”, com 106 metros de altura, da autoria do arquiteto François Spoerry) são cidades que valem, e muito, a pena de serem descobertas. Mas é a pequena Colmar, pequena joia onde a história do período germânico se mistura com a tradição francesa, que se destaca, para muitos, como a mais inesquecível das paragens alsacianas.
Destino turístico procurado em qualquer altura do ano, sobretudo por alturas da primavera, estação em que os habitantes da pequena comuna enfeitam as janelas, varandas e as balaustradas das pontes que permitem os viandantes atravessar os vários canais do bairro conhecido como “Petite Venice”, é, contudo, na época do Natal que Colmar ganha uma dimensão digna de um conto de fadas.
Tradição que nos faz recuar até ao séc. XVI, Colmar guarda, com Estrasburgo, o legado histórico dos mercados natalícios da Alsácia, transformando as praças, ruas, pontes e até o mercado municipal (o Marché Interieur du Koïfhus) numa gigantesca mas elegante aldeia de Natal, competindo todos os anos com Viena, Praga, Zagreb, Munique ou Basileia pelo título de melhor mercado de Natal da Europa.
A festa começa logo no início do Advento, precisamente a 1 de dezembro e prolonga-se até à noite da consoada. Quem chega a Colmar a partir da estação de Caminho-de-ferro (a melhor forma de alcançar esta cidade é mesmo de comboio, a partir de Basileia ou de Estrasburgo, cidades que têm ligações aéreas com os principais aeroportos portugueses), logo se contagia com a magia da quadra, buscando uma selfie junto à gigantesca árvore de Natal que se encontra mesmo em frente à gare, lado a lado com letras a escarlate com o nome da localidade, preenchida por dezenas de turistas ansiosos por tirar “aquela foto”. E daí é só escolher!
Em Colmar pode explorar seis (!) mercados natalícios. A partir da estação de comboios, o mais próximo é o ideal se for com crianças: o marché de Noël de Petit Venice também conhecido literalmente como o marché de Noël des Enfants. Carroceis, pistas ou mesmo passeios a cavalo (mecânico) podem-se encontrar neste mercado, fazendo as delícias dos pequenotes, porque, afinal, o Natal é das crianças. Mas também aqui os graúdos podem encontrar toda uma série de entretenimentos, sobretudo gastronómicos como o Vin Chaud (vinho quente), doçarias de todo o tipo, queijos, entre outras iguarias. Mas para os amantes da fotografia, o bairro de Petite Venice guarda algumas das melhores “chapas” que se podem obter de Colmar: os canais e as suas pontes, adornadas com enfeites natalícios, artisticamente realizados pelos alunos das escolas, pelas associações culturais, instituições de solidariedade e centros de apoio à terceira idade de Colmar.
A partir daqui, os mercados de Natal de Place Jeanne d’Arc, da Place de L’Ancienne Douane, da Place de la Église des Dominicains são um misto de ruas engalanadas com luzes e decorações que fazem desta cidade uma experiência natalícia incomparável, impossível de descrever em palavras, onde facilmente nos perdemos nas inúmeras barracas de enfeites, presépios e outros artigos típicos da Alsácia, onde não passam despercebidas as casas típicas de traça medieval, com traves de madeira a segurarem paredes, de tal maneira inclinadas que parecem querer cair a qualquer momento.
Mas se é um exigente consumidor de artigos exclusivos, então pode ainda optar pelos últimos dois mercados que faltam assinalar: o Marché Gourmand e o Marché Interieur du Koïfhus, espaços onde se podem encontrar produtos dignos de carteiras mais recheadas, para comemorações natalícias mais extravagantes e dispendiosas.
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