O Alzheimer Rouba Mais do que as Memórias
Entende-se por doença de Alzheimer a perda progressiva da função mental, caracterizada pela degeneração do tecido cerebral, incluindo a perda de células nervosas, acumulação de uma proteína anormal conhecida como beta-amiloide, desenvolvimento de tranças neurofibrilares e aumento dos níveis da proteína Tau.
É a forma mais comum de demência (que é uma diminuição lenta e progressiva da função mental, que afeta a memória, o pensamento, o juízo e a capacidade para aprender) em pessoas idosas, acometendo cerca de 32% dos idosos a partir dos 85 anos de idade nos Estados Unidos. A causa ainda é desconhecida, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais participem da sua etiologia.
A patologia instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurónios e nos espaços que existem entre eles. Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurónios em certas regiões do cérebro, como o hipocampo, que controla a memória, e o córtex cerebral, essencial para a linguagem, o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato. Os níveis de Acetilcolina (neurotransmissor que ajuda a memória, aprendizado e concentração) são baixos.
A doença de Alzheimer é mais frequente em mulheres do que em homens e costuma evoluir de forma lenta. A partir do diagnóstico, a sobrevida média oscila entre 8 e 10 anos. O quadro clínico costuma ser dividido em quatro estágios:
Estágio 1 (forma inicial): alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais;
Estágio 2 (forma moderada): dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insónia;
Estágio 3 (forma grave): resistência à execução de tarefas diárias. Incontinência urinária e fecal. Dificuldade para comer. Deficiência motora progressiva;
Estágio 4 (terminal): restrição ao leito. Mutismo. Dor ao engolir. Infeções intercorrentes.
A patologia provoca diversos sintomas, tais como:
► Redução de memória para acontecimentos recentes (principal característica);
► Repetição da mesma pergunta várias vezes;
► Dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos;
► Incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas;
► Dificuldade para conduzir veículos e encontrar caminhos conhecidos;
► Dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais;
► Irritabilidade, desconfiança injustificada, agressividade, passividade, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos, tendência ao isolamento.
O seu diagnóstico é clínico e pode ser feito através de testes neuropsicológicos validados em todo o mundo, além da estreita observação clínica. Exames de imagem, como a Ressonância Nuclear Magnética, poderão ser solicitados para a confirmação diagnóstica, mas normalmente não se fazem necessários.
A demência de Alzheimer não tem cura, então, o objetivo do tratamento é retardar a evolução e preservar por mais tempo possível as funções intelectuais. Os melhores resultados são obtidos quando o tratamento é iniciado nas fases mais precoces, por isso a deteção prematura é importante.
Dicas de prevenção para evitar ou reduzir os sintomas do Alzheimer
1º É importante ter hábitos saudáveis: boa alimentação e exercícios físicos. Dica: uma alimentação rica em folhas verdes pode retardar em quase dez anos a perda de memória.
No que diz respeito à atividade física, esta aumenta a formação da proteína que fortalece as conexões entre os neurónios, aumentando a capacidade das conexões e, consequentemente, da memória.
2º Manter o cérebro ativo. Por exemplo: Uma pessoa que sempre gostou de ler ao longo da vida, teve muitos amigos, teve uma vida ativa também na idade avançada, tem grandes chances de ter uma memória boa e risco mais baixo de ter Alzheimer.
Tendo em conta dados da Associação Internacional de Alzheimer, o número de pessoas com a doença no mundo deve chegar a 75 milhões em 2030 e a 132 milhões em 2050.
Estima-se que a cada 3,2 segundos, um novo caso de demência é detetado no mundo e a previsão é de que em 2050, haverá um novo caso a cada segundo.
Aposte na prevenção!
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