Criptomoeda: A Moeda do Futuro
Dois passos à fente!
As carteiras têm encolhido, já reparou que hoje em dia aquela versão de carteira com um porta-moedas, espaço para as notas e 4 a 5 buraquinhos para colocar os cartões, passaram à história. Ter uma carteira era algo de muito importante para um rapazote, significava responsabilidade, amadurecimento, era como a barba e a voz mais grossa, coisas que a puberdade trazia. Não era incomum que com esse momento viesse a primeira chave de casa ou mesmo o primeiro relógio “bom”.
Muitos já nem usam carteira, os poucos que ainda as usam, preferem versões “micro” que ao fim ao cabo são meros porta cartões, onde nem há lugar para as notas e moedinhas.
A tecnologia veio mudar tudo, agora ao invés de dinheiro, temos a via verde no carro, a aplicação para pagar estacionamento, a aplicação do banco para coisas mais complexas e o MBWAY para tudo o resto.
Ultimamente tem-me acontecido, normalmente em cafés e restaurantes, ao sacar de uma nota ou de várias moedas para proceder ao pagamento, ouço uns sussurros mudos: “Coitado… É mesmo antiquado”.
Comentários deste tipo deixam-me perplexo… Quando é que isto aconteceu? Quando passei a ser um “cota”? Sem dar conta, o mundo mudou e eu não acompanhei!
Após descobrir que estava um passo atrás da maioria das pessoas, tomei a decisão de dar dois passos à frente, nem vou dar chance ao presente, vou é para o futuro, a criptomoeda.
As criptomoedas são um meio de troca digital. Muitos têm a opinião de que serão a moeda do futuro. Ao contrário da moeda tradicional, que é emitida pelos governos e no caso da Europa, também pelo Banco Central Europeu, as criptomoedas não são geridas por bancos ou sequer governos.
A tecnologia que sustenta estes ativos digitais é a "Blockchain", um sistema de registo virtual de movimentação de dinheiro e dados, em que as transações não podem ser modificadas ou manipuladas após registadas. Dito assim dá a sensação de algo muito volátil, mas os defensores da tecnologia defendem que se trata de um sistema seguro, rápido e transparente.
Desde o nascimento, em 2009, da primeira e mais emblemática criptomoeda, a Bitcoin, foram criadas dezenas de outras criptomoedas por todo o mundo. Foi aberta a “caixa de Pandora” e, uma vez aberta, não tem como voltar a fechá-la.
Apesar de já terem passado 12 anos desde a primeira, acredito que “a procissão ainda vai no adro”, sou defensor que até 2025 muitas mais criptomoedas vão surgir, mas com uma particularidade diferente... A governamentalização das “coins”.
As reservas federais, os governos e a banca nunca viram com bons olhos a liberdade e rebeldia das atuais criptomoedas, ao não conseguir controlá-las ou sequer combatê-las, a estratégia agora passa por instrumentalizá-las. Essas entidades alimentam-se de dívida e juros e vão fazer tudo para levar essa realidade para o dinheiro virtual.
Por um lado, o Banco Popular da China (banco central) anunciou há pouco tempo que todas as transações financeiras envolvendo criptomoedas são consideradas ilegais e vai combater ativos digitais como a bitcoin ou ethereum. Entretanto já foram presas cerca de 1.000 pessoas por esse “crime”. Por outro lado, o mesmo banco também anunciou que está para breve o lançamento oficial da sua própria moeda digital.
Perplexo? Dá para perceber o que está a acontecer?
Primeiro as ditaduras… Logo a seguir acredito que “este vírus” também vai contagiar as democracias…Uma questão de tempo!
Isto de dar dois passos à frente, tem muito que se lhe diga, pelo sim, pelo não, não me vou desfazer da minha velhinha carteira com porta-moedas.
Para terminar da melhor forma possível, deixo uma pergunta recheada (dos pés à cabeça) de ironia…
A situação está tão boa com a riqueza mundial concentrada em 10% da população, para quê mudar?