Dez Sinais de Alerta

Dez Sinais de Alerta

Pequena reflexão de vida...

Partir do princípio que apenas por viver na proximidade do mediterrâneo, automaticamente segue um padrão alimentar saudável, é errado. Seguir um regime alimentar saudável exige um esforço maior, um nível de dedicação superior, quer no processo de compra dos alimentos quer na própria preparação e confeção.

Não estou a pedir que mude a sua vida, ainda não atingi tal grau de insanidade, hoje peço-lhe apenas que faça uma reflexão ponderada. De forma mais objetiva possível, faça algumas perguntas a si próprio…

Que estilo de alimentação tem vindo a praticar? Que consequências tem tido no seu peso e massa gorda?

Quando olha para si nas fotos ou ao espelho, o que acha? Foi isso que sonhou para si? A atividade física é uma espécie em vias de extinção na sua vida?

Face à idade que tem, como se sente? A sensação de bem-estar faz parte dos seus dias? E a sua saúde?

Com base nas suas próprias e sinceras respostas, diz o bom senso que urge mudar algo na sua vida, sem se aperceber, em algum momento saiu da estrada, enveredou por atalhos e becos sem saída. Ninguém o vai criticar por isso, quem nunca perdeu o norte que mande a primeira pedra.

Não tenho como objetivo trazer nuvens para uma tarde solarenga, nem sequer desenvolver nenhum processo de culpabilização, não resolve nada. Apenas aproveitar estes dias em que o nível de processamento cerebral está em “ralenti” para fazer um balanço realista da situação.

Será que está a alimentar bem o seu corpo?

Deixo-lhe aqui 10 questões pertinentes cujas respostas podem ser um sinal de alerta de que algo não vai bem com o seu padrão alimentar.

Em caso de resposta afirmativa a alguma(s) destas questões, será um indicador que deverá introduzir alterações na sua rotina alimentar:

1 - Costuma sentir muito sono após as refeições?

Um estado de sonolência injustificado após as refeições poderá indiciar que está a ingerir quantidades de hidratos de carbono superiores às suas necessidades, causando piques de glicemias demasiado elevados e consequentemente níveis de produção de insulina superiores à normalidade. O consumo deste macronutriente essencialmente energético deve estar em equilíbrio com a atividade física que pratica.

2 - Tem tido mais “desejos” em relação a certos tipos de alimentos, nomeadamente doces?

Uma vontade repetida e excessiva de alimentos açucarados (por exemplo chocolate de leite) poderá ser explicada pelo aumento dos níveis de stress e ansiedade, diminuição dos níveis de alguns neurotransmissores cerebrais ou, apenas consequência de desequilíbrios e falta de estrutura na sua dieta. Ou, será que está “viciado” no açúcar?

3 - Não tem feito mais do que 3 refeições ao dia?

O facto de fazer poucas refeições diárias poderá explicar porque está a ter mais fome do que o habitual. Quando o número de refeições é reduzido significa que está a deixar o seu organismo sem nutrientes por demasiado tempo, o número de refeições também está intrinsecamente ligado ao trânsito intestinal e aos níveis de absorção.

4 - Tem sentido azia, principalmente durante o período nocturno?

Quando começa a ter episódios de azia (pirose) com uma regularidade maior do que o habitual pode ser um sintoma de alguma patologia relacionada com o sistema digestivo. Também há que ponderar se não estará a comer demasiado ao jantar, principalmente alimentos ricos em gordura, que potenciam uma redução da velocidade do esvaziamento gástrico. Outra explicação poderá residir no hábito de jantar demasiado tarde ou, de se deitar muito pouco tempo depois de fazer a refeição.

5 - Sente que as digestões estão a ser mais difíceis e demoradas?

A velocidade com que a digestão ocorre está diretamente relacionada com o tipo de alimentos que consome e com as respetivas quantidades. Sempre que ingerir maiores quantidades de alimentos ricos em gordura sentirá uma maior dificuldade em digerir. O consumo de grandes quantidades de água às refeições principais poderá causar um efeito de diluição no ácido que está no estômago, podendo levar ao aumentar do tempo de digestão. Quando o objetivo é fazer digestões rápidas, seja porque vai treinar a seguir ou mesmo porque vai à praia, deverá apostar em refeições ligeiras, com quantidades de gordura mais reduzidas.

6 - Tem sentido que o seu intestino não está a funcionar com a regularidade habitual?

São diversas as razões que podem estar a contribuir para esta situação: beber pouca água, baixo consumo de fibra insolúvel, desequilíbrio na flora intestinal, falta de exercício, razões psicológicas, especificidade do seu sistema digestivo.

7 - Não tem fome ao pequeno-almoço?

Não ter fome na primeira refeição do dia normalmente é sinal que está a ingerir demasiado ao jantar ou que está a comer demasiado tarde. Há que educar, criar hábito, para que a fome apareça de forma natural na refeição mais importante do dia. O mais difícil é a primeira semana, poderá mesmo sentir alguma náusea, mas se continuar a insistir, vai conseguir fazer pequenos-almoços com fome e prazer.

8 - Tem sentido que as suas fezes estão mais duras e consequentemente tem maior dificuldade em defecar?

Provavelmente está a ingerir menos água do que devia, obrigando o seu corpo a reaproveitar uma parte da água do cólon, causando a desidratação do bolo fecal. Beba mais água e aumente a ingestão de alimentos ricos em fibras solúveis, como a pectina. Esse tipo de fibras irá incorporar mais água nas suas fezes.

9 - Tem sentido dificuldade em recuperar os seus músculos depois dos treinos?

Este poderá ser um sintoma que está a fazer uma ingestão de hidratos de carbono demasiado baixa. É fundamental que no final do treino faça uma refeição de recuperação constituída por água, hidratos de carbono de absorção rápida, proteína de alto valor biológico, rica em vitaminas, minerais e antioxidantes, de forma a potenciar uma boa e rápida recuperação dos seus músculos.

10 - Tem sentido falta de energia durante os seus treinos?

Essa falta de energia possivelmente está relacionada com uma refeição desadequada antes do treino, possivelmente por falta de hidratos de carbono de absorção lenta, ou consequência de um jejum antes do treino. Uma ingestão excessiva de produtos açucarados antes do treino também poderá originar o mesmo problema. Se não se identificar com as razões acima mencionadas e tiver a fazer treinos muito longos ou com grande intensidade, deverá ingerir de forma progressiva ao longo do treino uma bebida isotónica, de forma a não deixar cair demasiado os níveis de glicemia.