Elogio ao Feminino
Mulher é a mátria de todos nós. Ela gesta, ela gera e transporta a vida que seremos. Ela dá à luz e anuncia a presença da promessa que cada um será. Ela é a Mãe Terra, a Grande Mãe.
Com um filho nos braços, quando amorosamente abraçado e generosamente reconhecido, ela é emblema da humanidade, como tão carinhosamente afirmava Coimbra de Matos.
Braços que quando em falta a eles desejamos voltar. Mãe é mãe, é-o quando soube ser mãe. Não se sabe ser mãe, não se sabe ser Mulher, pai ou Homem, só porque sim, ou por qualquer determinação biológico sexual ou de género. Assim como não se é naturalmente humano, com humanidade efetiva em gesto e elevação.
Ser humano, ser Mulher ou ser Homem, é algo que se constrói no devir do que se sente, faz ou aprende no cruzamento do que se traz para a vida e com aquilo que a vida nos traz. Mulheres e Homens fazem-se, não vêm prontos.
Ser Mulher, também é ser corpo que se vitaliza pela energia libidinal. Ser Mulher é ser fonte de desejo, acendalha do “fogo que arde sem se ver” …é ser Amor. É ser o Fogo que não se vê, mas que se sente, é ele o grande cupido.
O Amor erótico é um fogo que se descobre e que se deve aprender a usar, a destinar, para que não nos consuma, para que não nos queime, perverta ou destrua, para que possa ele ser o grande forjador de novas formas e de novas e saudáveis relações.
Eros premeia todas as relações, onde a cor do seu impulso dinâmico varia conforme a qualidade das mesmas. Eros é em nós a arte de amar que nasce, um sentimento e sentido que se esboça e que se desenrola, qual Fio de Ariadne que nos orienta para as saídas do labirinto dos afetos. Não se pense nele apenas como fogo do corpo, mas como elemento vitalizador de vida e de todo o ato criativo que ela impulsiona. Quando integrado e livre, o Amor cura.
Seja o Amor parental filial, seja o Amor fraterno, o Amor conjugal ou outros, entre as suas múltiplas, naturais e diversas cores, será sempre com Ele e por Ele que nos criamos e recriamos. Falamos de um Amor saudável, um Amor que-o-é quando se trata de:
“...um sentimento autêntico, ativo, vigoroso, assertivo e livre, porque não sujeita o outro.”
Eva Pierrakos
Podemos também, no dia da mulher, falar do feminino como função simbólica e íntima, independente do género, seja Homem ou Mulher. Podemos e devemos falar do feminino em nós, o feminino do ser. Assim como também podemos falar do masculino do ser.
No que concerne ao feminino do ser, no caso do homem, este, muitas vezes não o reconhece, não o acolhe ou quando se anuncia, pela sua natural sensibilidade e delicadeza, é oprimido. Quando reprimido muitas vezes transfigura-se em brutalidade, em perda de humanidade, em comportamento competitivo, autoritário e belicista. E não se pense que a mulher o acolhe automaticamente. Uma mulher, tal como um homem também se faz, também se descobre.
No que concerte à valorização concreta da Mulher, muito ainda há a fazer para que tenha voz e vez, para que as relações nas várias esferas da vida se afirmem em igualdade e dignidade. Uma igualdade que não recusa ou anula as diferenças, pois se assim for, é apenas divisão, separação, não é relação.
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