Arte e História de Mãos Dadas
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Representação da Exposição: "Caminhos do Combatente"

Escultora | Ivone Gaipi

Uma perceção da dimensão emocional dos combatentes Portugueses no contexto da primeira Grande Guerra, Guerra do Ultramar e Comissões de Paz, abrangendo as várias vertentes das Forças Armadas, Exército, Marinha e Força Aérea.

Esculturas em Gesso, com técnica de Body Casting. Pintura acrílica e pátine metálica. Base de madeira.

História, Arte, Body Casting e Poesia de mãos dadas.

Obras de arte acompanhadas por excertos do livro de Joaquim Chito Rodrigues: "Caminhos". 

Dez esculturas criadas a partir do molde corporal do ex-atleta olímpico António Bessone Basto.

Chamamento

"Leio duas PÁTRIAS

Uma que me chama

Outra que vos leva!

Para qual de nós olhas

A quem te entregas?...

Joaquim Chito Rodrigues, in Caminhos..., 2017

Escultura da exposição Caminhos do Combatente - Força Interior

Força Interior

Já alguma vez sentiste

a inércia do medo?

Quereres ir para a frente...

Recuares...ficares quedo?!

Já alguma vez sentiste

Uma força interior forte,

Avassaladora que lhe resiste

E que te marca o Norte?...

Joaquim Chito Rodrigues, in Caminhos..., 2017

O Combatente

Qual é o teu combate, Ó combatente?

Vem da Terra, do Céu, do Sol ardente,

Vem do teu coração, da tua mente?

Qual é o teu combate, Ó combatente?...

Joaquim Chito Rodrigues, in Caminhos..., 2017

Escultura da exposição Caminhos do Combatente - peça Heróis

Heróis

Não. Não navegam no sofrimento

Os que então cumpriram o seu dever

De cabeça erguida, sem lamento

São da Pátria Heróis sem o saber.

Vivem!

Vivem mesmo os que morreram!

Todos!

Todos os que juntos sofreram

Vivem!

Vivem anónimos e altivos

Entre aqueles que os esqueceram!...

Joaquim Chito Rodrigues, in Caminhos..., 2017

Sou

"..." D'armas na mão combato. Sou combatente

Quando a escrita, a palavra, sem solução,

Gritam por mim bem alto.

Num de repente Sou esse combatente, o da Nação.

Sou pois um combatente, de hoje como de ontem,

Sou um desconhecido, que morto ou vivo

É memória da Pátria, muito pra além

Do mesquinho interesse do mero arquivo.

Joaquim Chito Rodrigues, in Caminhos..., 2017

Dembos

Oh! Dembos e Dembos descontentes!

Oh! Ambrizete tranquilo de mares quentes!

Oh! Quíbaxe, Muxaluando, terra ardente!

Em todos vós se respira um ar doente,

Quando a Guerra invade o lar das gentes.

Porque estamos aqui, Angola,

Por ti, por nós ou p'la História,

P'lo futuro presente, ou p'la memória?

Que importa resposta por mais idónea

Se estamos aqui contigo e a guerra, Angola.

Não cumpre aos militares decidir fazê-la.

Cumpre-lhes o como, onde e o critério,

Mas ao perder-se na política a razão,

Aquilo que ontem era parte do Império,

Será amanhã, pedaço do Mundo à procura de Nação.

Joaquim Chito Rodrigues, in Caminhos..., 2017

Escultura da exposição Caminhos do Combatente - peça Pátria

Pátria

Se a PÁTRIA está à venda,

Só há uma forma de o fazer!

É vendê-la hora a hora,

A cada criança que nascer!

Sim, PÁTRIA!

Só há uma forma de o fazer,

Se te querem ver vendida!

É ensinar-te dia a dia,

A cada criança nascida!

É ensinar-te dia a dia,

Ao Exército assim formando

Para que lute por ti... PÁTRIA

Com pena, gládio e arado!

E cada criança que nascer

Receberá de cada criança nascida

Uma PÁTRIA dia dia a renascer

Dos que a querem ver vendida!

Joaquim Chito Rodrigues, in Caminhos..., 2017

Escultura da exposição Caminhos do Combatente - peça Arrepios

Arrepios

O arrepio frio que dá na gente

Quando soam os tiros na floresta,

Segue-se um suor frio, suor quente

Qua varre nosso corpo e cai da testa.

Medo nos envolve e floresta abraça

Esse inferno, esse fogo vermelho,

Onde zumbidos inquietantes de aço

Amarelam a imagem do espelho...

Joaquim Chito Rodrigues, in Caminhos..., 2017

 Escultura da exposição Caminhos do Combatente - peça Quem

Quem

Se não é fome que faz a guerra,
Se não é a guerra que faz a fome,
Quem então traz guerra à terra,
Quem então traz à terra fome?
Não é a criança que nasce d'amor,
Não é a mulher que ama seu filho.
Desigualdade, ambição, rancor,
São da guerra e da fome o rastilho.
Se são rastilho, onde está a bomba
Que explode dia a dia neste mundo,
Transformando toda a luz em sombra?
A resposta vem-nos lá bem dos fundos:
São deuses, os homens e seus sonhos,
Quem alimenta e destrói os mundos.
Joaquim Chito Rodrigues, in Caminhos..., 2017

Escultura da exposição Caminhos do Combatente - Gritos de Permeio

Gritos de Permeio

"..." Oh! Impotência horrível,
Sensação de total incapacidade
A morte, cínica e incrível
Escolheu noite e tenra idade.
Não há berma da estrada que valha
Não há aquartelamento que proteja
Quando toda a mera técnica falha
Morre-se, por mais forte que se seja.
Impotência, horrível sensação.
Parece que nossa vida esmoreceu
depois de horas de espera, em vão,
Ao ouvir do outro lado: Morreu.
Joaquim Chito Rodrigues, in Caminhos..., 2017

 

Em breve, vamos revelar mais algumas das esculturas criadas pela artista Ivone Gaipi, acompanhadas com a poesia de Joaquim Chito Rodrigues, no contexto da Composição: "Caminhos do Combatente". Exposição em exibição no Museu do Combatente, em Belém.

[Em Atualização]

Veja também o artigo: Da Guerra emergiu Arte e Poesia com Emoção | Com o testemunho de António Bessone Basto.