Férias em agosto: Sim ou Não?
Regresso às origens!
Gosto de escrever! Não significa que seja “grande” a fazê-lo, mas sou feliz enquanto o faço. Também não posso dizer que a escrita é um ato de egoísmo, pois não só escrevo para manter o equilíbrio da mente, mas também a pensar em si. Por mais que quem escreve diga que não o faz a pensar no leitor, não me convence. Diria que ainda não se conhecem ou simplesmente estão a mentir.
Não andamos sempre à procura de aprovação em tudo o que fazemos? Creio que faz parte da natureza humana e, escrever não só é sentir, mas acima de tudo proporcionar.
Gosto de pensar que sou uma espécie de canivete Suíço, no fundo, um conjunto de ferramentas das quais nenhuma delas chega a ser uma verdadeira ferramenta.
Quando não se é especialista em "nada" escreve-se sobre o quê?
Este ano a minha autoavaliação diz que tornei-me um "chato"… A minha escrita tem passado muito pela política e economia, quase que nem me reconheço. Não era nada assim! Transformei-me ou fui transformado, ainda não percebi!
Hoje é tempo de (finalmente, dirão alguns) voltar às origens, reconquistar a verdadeira essência com um simples toque no botão “recentrar”.
Quero falar de uma espécie de Portugueses que está a crescer de ano para ano, por obrigação ou por livre e espontânea vontade, os que não fazem férias em agosto. Sortudos? Coitados?
Certamente este é um assunto fraturante na sociedade Portuguesa.
Eu declaro desde já, conflito de interesse na matéria, o que me torna, ao contrário de um jornalista, pouco imparcial. De há uns anos para cá, não usufruo de férias nesta altura do ano. Sinto-me uma formiga de agosto no meio de uma gigante multidão de cigarras afinadas.
Já escrevi sobre férias estando de férias e acima de tudo acerca do sentimento que nos consome quando estamos em plena contagem decrescente para as férias. Agora faço o exercício contrário, ou seja, sem férias à vista quero focar-me no trabalhador de agosto.
Mesmo assim e sem desprimor pelos outros, hoje quero dedicar algumas palavras aos meus “companheiros de espécie”.
De uma forma objetiva, quais as vantagens e desvantagens de trabalhar no “querido” mês de agosto?
Vantagens...
► Contribui para que o país não pare neste mês crítico;
► Muito menos trânsito de e para o trabalho;
► Gasta menos em combustível devido à inexistência de filas de trânsito intermináveis;
► Não perde tempo em locais que em agosto estão normalmente sobrelotados: aeroportos, praias, estacionar na proximidade da praia, esplanadas e restaurantes;
► Ao fazer as férias fora de agosto, conseguirá aproveitar melhor o tempo, menos pessoas facilitarão as suas deslocações e atividades;
► Não ter o “chefe” por perto a exigir e controlar;
► Ver a sua conta bancária em clara ascensão, não só gasta pouco como também recebeu o subsídio de férias há pouco tempo;
► Saber que quando todos voltarem em setembro, você estará a usufruir das suas férias;
► Por ter tido férias mais tardias há maior probabilidade que o seu bronze consiga chegar ao natal, ao contrário dos outros;
► Por ir de férias mais tardiamente, gastará muito menos dinheiro com o alojamento. Após o final de agosto os preços caem a pique.
► Quando for de férias terá mais silêncio, todas as crianças estarão de volta à escola, portanto não há risco de aparecerem na sua praia ou piscina;
► Nos últimos anos tem-se verificado que o mês de agosto já deixou de ter o melhor clima do ano, muitas vezes o clima está mais favorável em setembro ou mesmo em outubro;
► Quando for de férias não se sentirá permanentemente no meio da multidão, em tempos ainda de covid-19, é uma vantagem;
► Maior facilidade em estacionar, seja no local de trabalho ou mesmo na sua rua, os vizinhos desapareceram quase todos;
Desvantagens...
► Trabalhar mais do que o habitual, alguém tem de compensar os colegas que estão de férias;
► Poucos locais onde pode tomar café, lanchar ou almoçar, devido à diminuição de fluxo, são muitos os estabelecimentos que preferem encerrar neste período;
► Ver pessoas felizes, de cabelos molhados, com vestimentas leves e coloridas a deslocarem-se para a praia ou no supermercado a comprar produtos que indiciam que vai haver churrasco;
► Sentir alguma tristeza por ficar privado da companhia dos colegas de trabalho com quem tem maior afinidade;
► Sentir alguma tristeza por saber que neste momento eles estão no “bem bom” e eu estou aqui na luta;
► Inveja dos bronzes exibidos de forma escandalosa por colegas, amigos, vizinhos e familiares.
Após esta análise feita de forma descontraída, o leitor já tem uma imagem clara da conclusão deste artigo.
Se está de férias, desejo-lhe umas boas férias. Se pelo contrário pertence à minha “espécie” e está a trabalhar, que a força esteja consigo… Mais não digo!
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