Efeitos da Onda de Calor em Portugal
Efeitos da Onda de Calor em Portugal

Efeitos da Onda de Calor em Portugal

Calor

Em Portugal continental, o mês de maio de 2022 foi o mais quente dos últimos 91 anos, superou a média em cerca de 5 ºC. Logo a seguir tivemos o terceiro mês de junho mais quente desde que há registos. Entretanto, julho já mostrou do que é capaz…

Estamos no verão, é natural que uma parte significativa da população Portuguesa esteja ou em breve estará de férias e, dado a relação dos povos do sul da Europa com a praia e o mar, a ambição é que venha bom tempo e calor. Mas já dizia aquele filme de há 11 anos: “Cuidado com o que desejas”. 

Tanto pedimos que veio mesmo e, em força… Tal foi a dose que, agora dizemos que não era preciso tanto. Se na semana passada foi o ar quente do norte de África, agora é a consequência de um fluxo vindo de leste, o que é certo é que tem sido um “non stop”. Mínimas sempre acima de 20 ºC (as famosas noites tropicais), na maior parte do país as máximas teimosamente andaram acima dos 40 ºC.

Segundo a informação captada por um satélite da missão da União Europeia para a observação da Terra, às 11h30 do passado domingo (dia 10 de julho), fez-se história em Portugal, em algumas zonas do Alentejo, nomeadamente na proximidade de Elvas, verificou-se que o calor à superfície do solo ultrapassou os 60 ºC.

Fenómenos como estes não são inéditos, mas com o passar dos anos são cada vez mais frequentes e intensos. Na Europa, os 4 anos mais quentes tiveram lugar na última década. Será que o aquecimento global existe?

Seca

Em Portugal, o clima é um dos fatores que mais condiciona a agricultura e a vida das pessoas, é sabido que a precipitação não ocorre de forma semelhante em todo o país, sendo normal ocorrer algumas desigualdades. 

A designação “seca” aplica-se quando ocorre uma redução temporária da disponibilidade de água, devido à precipitação insuficiente, sendo uma catástrofe natural com propriedades bastante específicas. De uma maneira geral é entendida como uma condição transitória, associada a períodos de tempo variáveis de reduzida precipitação, com repercussões negativas nos ecossistemas e nas atividades socioeconómicas.

Quando analisamos os últimos 81 anos em Portugal e, identificamos todos os períodos de seca, rapidamente se conclui que nos anos mais recentes tem havido uma maior frequência destes episódios, cada vez mais têm uma duração superior e têm abrangido uma maior percentagem de território nacional.

Segundo o IPMA, no final de maio agravou-se a situação de seca meteorológica em todo o território, com um aumento muito significativo da área em seca severa, estando agora grande parte do território nessa classe.

Num despacho do Ministério da Agricultura pode ler-se que: “Desde o final do ano de 2021 tem-se verificado uma descida no volume armazenado em grande parte das bacias hidrográficas, sendo de realçar que todo este ano hidrológico se caracteriza por registar armazenamentos totais inferiores à média, devido à ocorrência de reduzidas afluências às albufeiras, resultantes de precipitações pouco significativas ou nulas durante o ano hidrológico e ao volume consumido para os diversos consumos”.

O mesmo ministério avisa que a situação de seca em Portugal continental, após uma ligeira melhoria nos meses de março e abril, voltou a apresentar um agravamento significativo nos meses de maio e junho de 2022

Já o passado nos diz que, por vezes ocorrem períodos de seca, não é algo novo. A novidade é que estamos em 2022 a viver a seca mais grave dos últimos 20 anos. Será que o aquecimento global existe?

Incêndios

Entre 2000 e 2019, segundo o European Forest Fire Information System (EFFIS) Portugal foi o país europeu com mais extensão de território ardido. Apesar de em todos os anos o flagelo dos incêndios fazer-se sentir, para este pódio, o contributo de 2003, 2005 e 2017 foi decisivo. 

Já se percebeu que a maioria dos incêndios mais devastadores ocorrem em dias onde se verificam condições meteorológicas extremas, ou seja:

Temperaturas muito elevadas + baixa humidade do ar + vento = Muita área ardida!

A realidade é que nos últimos 23 anos, o fogo consumiu mais de 3 milhões de hectares de floresta portuguesa. 

Sobre os incêndios que ocorreram esta semana (alguns deles ainda ativos), Algarve, Palmela e região centro, entre outros, apenas deixo a referência, tendo em conta que os leitores já são informados diariamente, hora a hora, sobre as diversas ocorrências. Será que o aquecimento global existe?

Morte

Neste momento já sabemos que a onda de calor desta última semana já fez vítimas…
Segundo a DGS Portugal registou um excesso de mortalidade entre 7 e 13 de julho correspondente a 238 óbitos, atribuídos à onda de calor que se verifica no continente nos últimos dias.

Será que o aquecimento global existe? Ainda haverá dúvidas! Temos de cuidar melhor do nosso Planeta.


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