Pedro Álvares Cabral: O Homem!
Pedro Álvares Cabral: O Homem!
Pedro Álvares Cabral: O Homem!
Pedro Álvares Cabral: O Homem!
Pedro Álvares Cabral: O Homem!
Pedro Álvares Cabral: O Homem!
Pedro Álvares Cabral: O Homem!
Pedro Álvares Cabral: O Homem!

Pedro Álvares Cabral: O Homem!

Viagem pela vida de Pedro Álvares - A Descoberta do Brasil

1ª Parte

Filho de Fernão Cabral e de Isabel de Gouveia de Queirós, Pedro Álvares Cabral nasceu entre 1467 e 1468 na beira baixa, em Belmonte. Por ser o segundo filho, assumiu o apelido do avô materno, pelo que aquando da sua nomeação para capitão-mor da armada ainda é referido como Pedro Álvares de Gouveia. Estávamos no reinado de D.Afonso V, nascido em Sintra, com o cognome “O Africano”, era o terceiro rei da 2ºdinastia, a de Aviz.

Figura 1 | Pedro Álvares Cabral

Pedro Álvares Cabral

Esta está longe de ser uma típica história de um casal pobre de camponeses que deu à luz um herói, muito pelo contrário, o pai de Pedro era fidalgo do conselho, ou seja, fazia parte do conselho régio, estatuto este que no presente é equivalente a ser conselheiro de estado. Pelo lado materno, o avô também era fidalgo, portanto, Pedro Álvares nasce no seio de uma verdadeira família da nobreza.

Figura 2 | Brasão família Cabral

Brasão da Família Cabral


Por não ter sido filho primogénito, segundo as leis da altura, Pedro não teria direito à herança do seu pai, ou seja, desde cedo percebeu que teria de trabalhar bastante para conseguir manter o nível de vida a que estava acostumado, não fosse ter nascido num berço de ouro.

Nesse tempo, o planeamento familiar era bem diferente do que existe na atualidade, Pedro tinha 12 irmãos, 6 representantes de cada género. Não há certezas acerca das datas de nascimento de todos os seus irmãos, mas pela informação que existe, julga-se que tinha pelo menos, um irmão mais velho.

Numa era em que a altura média dos portugueses mal ultrapassava 1,65 m, Pedro destacava-se de forma clara com o seu 1,90 m, herdou esse traço do seu pai, outrora conhecido como o Gigante da Beira.

Figura 3 | Assinatura de Pedro Álvares Cabral

Assinatura Pedro Álvares Cabral

Entre os 11 e os 12 anos de idade, Pedro Álvares Cabral, tal como um grande número de Portugueses nascidos nas regiões interiores, deixa a terra natal e vai para Lisboa estudar literatura, história, cosmografia e técnicas militares. Na sua adolescência, foi nomeado moço fidalgo pelo rei D.João II, um título de menor importância.

Figura 4 | Rei D. João II

Rei D. João II

Por escassez de registos, não é conhecido o percurso de Pedro até entre os 18 e os 33 anos de idade, mas pensa-se que deve ter servido a Coroa nas praças africanas e, possivelmente foi ganhando algum protagonismo. Em abril de 1497 Pedro Álvares Cabral começa a receber por parte do Rei D.Manuel I, um subsídio de 30 mil reais por ano, recebendo também o título de fidalgo do Conselho do Rei e nomeado Cavaleiro da Ordem de Cristo.

Figura 5 | Rei D. Manuel I
D. Manuel I

Com base nos escritos da época, não é fácil caracterizar este personagem tão emblemático que é Pedro Álvares Cabral, não podemos também ignorar o fenómeno de que após a morte de alguém, fica para a história apenas os melhores traços da personalidade, mesmo que não tenham sido os predominantes na maioria da sua vida. Portanto é difícil não ser injusto quando se julga o caráter de alguém que já morreu há 501 anos. Pedro terá sido descrito como culto, cortês, prudente, generoso, tolerante com os inimigos, humilde, mas por outro lado vaidoso, orgulhoso e conflituoso. Todos os ingredientes para uma personagem densa e complexa, enfim, fariam a felicidade de qualquer guionista ou realizador.

Em bom rigor a denominada época dos descobrimentos estava ao rubro, a procura de alternativas às rotas de comércio no mediterrâneo, na altura dominadas pelos Otomanos, deu asas à expansão Portuguesa. Para além da evolução tecnológica, da ciência náutica com o desenvolvimento de navios capazes de navegar no Atlântico, da astronomia, Portugal estava a dar um contributo precioso para delinear o mapa-mundo. Primeiro a navegação na costa ocidental de África, em 1488, Bartolomeu Dias cruzou o cabo da Boa Esperança e em 1498, Vasco da Gama inaugurou o caminho marítimo para a Índia.

Figura 6 | Estátua em Londres de Bartolomeu Dias

Estátua de Bartolomeu Dias em Londres

Figura 7 | Vasco da Gama

Vasco da Gama

A viagem de Vasco da Gama à Ásia, abriu perspetivas ilimitadas de sucesso na perspetiva económico e geopolítico. O Rei D. Manuel I pensava que a Índia era povoada por Cristãos, começou logo a imaginar uma aliança contra os Muçulmanos, que dominavam o comércio das tão pretendidas especiarias. Este Rei adotou de imediato o titulo de senhor da conquista, navegação e comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia.

Apesar de escassearem os registos, pode-se supor que Pedro Álvares Cabral estava a par de todas essas viagens, dos sucessos conquistados por Bartolomeu Dias e Vasco da Gama, das riquezas que acumularam e, acima de tudo, do prestígio conquistado. Certamente essa realidade veio a influenciar as futuras decisões que veio a tomar.

Capítulo 2 | A véspera da viagem

Fotografia de capa | Wannapik

Fotografia | Pedro Álvares Cabral