Celebrar o Dia de Santiago evocando a irmandade Transfronteiriça
Celebrar o Dia de Santiago evocando a irmandade Transfronteiriça
Celebrar o Dia de Santiago evocando a irmandade Transfronteiriça
Celebrar o Dia de Santiago evocando a irmandade Transfronteiriça
Celebrar o Dia de Santiago evocando a irmandade Transfronteiriça

Celebrar o Dia de Santiago evocando a irmandade Transfronteiriça

Santiago de Compostela e a Galiza celebram, a 25 de julho, o Santo Patrono da Espanha e o Dia Nacional, uma jornada repleta de cerimónias religiosas, políticas, militares e, sobretudo, populares. A cidade enche-se de milhares de turistas e peregrinos que, no final do seu Caminho, acorrem à cidade para vivenciar os “Fogos do Apóstolo” e a Missa Solene de Evocação a Santiago.

Peregrinos Santiago de Compostela

Fotografias de Artur Filipe dos Santos | Peregrino e Varandas da catedral enfeitadas a preceito para as solenidades.

Alcançar o “casco” histórico da capital da Galiza (desde 1982) é como entrar de cabeça num livro de história da arquitetura. Seja em dias de sol ou mesmo naqueles em que a Galiza nos brinda com um habitual “pote” de chuva, as praças à volta da milenar catedral enchem-se de turistas à procura da melhor fotografia e de peregrinos ajoelhados no meio do “Obradoiro” a agradecer ao Apóstolo as experiências vivenciadas no “seu” Caminho de Santiago. Se o calendário é assim habitualmente, ou não estivéssemos a falar na terceira mais importante cidade santa para os cristãos, os dias 24 e 25 de julho levam a que Compostela multiplique por várias cifras o número de viandantes pelas suas ruas, ansiosos por festejar o Santo Patrono da Galiza, de Espanha e, por que não dizer, de incontáveis localidades de norte a sul de Portugal.

Santiago de Compostela, a cidade na qual, segundo rezam as crónicas, se encontram as relíquias do Apóstolo Santiago Maior, Filho de Zebedeu e Salomé, um dos três seguidores (a par do seu irmão João, o Evangelista, e Pedro) preferidos de Jesus, lendário evangelizador da Ibéria romana e cujo sepulcro terá sido encontrado, entre os anos 820-830, pelo ermita Paio, levando a uma miríade de acontecimentos que culminaria com a fundação da cidade e a abertura de rotas de peregrinação um pouco por toda a Europa, conhecidas como os Caminhos de Santiago. O dia litúrgico deste santo festeja-se a 25 de julho, desconhecendo-se a razão que terá levado, presumivelmente, o Papa Calixto II a eleger esta data precisa, existindo historiadores que afiançam que a mesma terá sido escolhida em associação com o calendário litúrgico da Igreja Católica, que inclui uma série de festas em torno desta época do ano. Por exemplo, a festa de São Joaquim e Santa Ana (os pais de Maria e avós de Jesus) é celebrada a 26 de julho, seguida pela festa da Transfiguração de Jesus, a seis de agosto. Outros defendem que a data já era importante no séc. XII, por ser o dia de S. Cristovão, naquela época um dos santos de forte veneração, reforçando ainda mais essa data.

Em 1623, a diocese de Sevilha publica uma “breve” na qual o Papa Urbano VIII declara Santiago como o único santo patrono da Espanha, documento com o título:

“Relacion de la solemnidad con que en la Santa Iglesia de Sevilla, se publicò el breve de su Santidad, en favor del Patronato, unico, y singular de España del glorioso Apostol Santiago”

Documento este, que pode ser, hoje em dia, consultado no arquivo online da biblioteca da Universidade de Sevilha. Refira-se ainda o facto, de que, quando o dia 25 de julho calha a um domingo, é declarado ano Xacobeo, desde que, em 1122 (supõe-se) o Papa Calixto II decidiu outorgar ao arcebispado de Compostela o privilégio de celebrar anos santos, à semelhança do que já acontecia com Roma.

fogos do apóstolo

Fotografia de Artur Filipe dos Santos | Fogos do apóstolo

À medida que a tarde de 24 vai dando lugar à noite, acumulam-se gentes à volta do reduto catedralício, à espera de ver o maior espetáculo pirotécnico do ano em terras galegas: os Fogos do Apóstolo, uma tradição que remonta ao séc. XVI, quando se começaram a realizar, na mais importante das praças à volta da catedral, a Praça do Obradoiro, teatralizações que se caracterizavam pela construção de “castelos” que eram, ao anoitecer” queimados, acendendo-se, ao mesmo tempo, candeias à volta do lugar. 

Hoje essa teatralização foi, há muito, substituída por espetáculos pirotécnicos e que, até 2019, se concentravam nos telhados da catedral e do Palácio de Raxoi (sede do governo da Galiza). As recentes e profundas obras de restauro da catedral e a pandemia de Covid-19 levaram a que o espetáculo se dispersasse por vários locais exatos de lançamento do foguetório, com a massa de curiosos agora a concentrarem-se, sobretudo, no alto do monte Pedroso, nas cercanias da cidade, e no parque da Alameda, um dos mais conhecidos “pulmões” de Compostela. Cerca de 20 minutos e mais de dois mil quilos de pólvora levam a que a noite de véspera do dia do Apóstolo se ilumine de luz e cor, para gáudio das centenas de pessoas que se instalam nos relvados do “camino da Ferradura”, na Alameda. A festa prolonga-se pela noite fora, com concertos, em diversos espaços da cidade.


Parte II AQUI


Fotografias do autor Artur Filipe dos Santos. Gostou do texto? Deixe abaixo a sua reação e comentário... smiley


Ver também |

Amorosidade nas Relações Humanas

Amorosidade nas Relações Humanas

O Valor da Palavra

O Valor da Palavra

Vai viajar? Reserve o seu Alojamento com o Selo Draft World Magazine... Juntos Conhecemos o Mundo  AQUI